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Livro CI 2008

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Fisiologia, Conservação e Meio Ambiente<br />

práticas para prevenir a extinção de espécies e, se possível, reintegrar as espécies<br />

ameaçadas ao seu ecossistema funcional (Primack & Rodrigues 2001).<br />

Segundo Primack & Rodrigues (2001) a biologia da conservação tenta responder<br />

diversas perguntas referentes às características das espécies, por exemplo: (1) Ambiente:<br />

quais os tipos de habitat utilizados pelas espécies? Como o ambiente varia no tempo e no<br />

espaço? Com que freqüência o ambiente é afetado por perturbações catastróficas? (2)<br />

Distribuição: Como os seus habitats estão distribuídos no planeta? Desloca-se ou migra<br />

entre os habitats ou para diferentes áreas geográficas durante o curso de um dia ou de um<br />

ano? É bem-sucedida na colonização de novos habitats? (3) Interações bióticas: Que tipos<br />

de alimentos e outros recursos necessitam? Que outras espécies competem por esses<br />

recursos? Quais os predadores, as pestes e os parasitas que afetam o tamanho de sua<br />

população? (4) Morfologia: Como a forma, o tamanho, a cor e textura dos indivíduos<br />

permitem sua existência em seu ambiente? (5) Demografia: Qual é o tamanho atual da<br />

população e qual era no passado? O número de indivíduos é estável, está aumentando ou<br />

diminuindo? (6) Comportamento: Como suas ações permitem que ele sobreviva? Como se<br />

acasalam e têm filhotes? De que forma os indivíduos interagem entre si, tanto de forma<br />

cooperativa como de forma competitiva? (7) Genética: Quanto de variação nas<br />

características morfológicas e fisiológicas entre os indivíduos é controlada geneticamente?<br />

(8) Fisiologia: Qual a quantidade de alimento, água, minerais e de outras necessidades é<br />

necessária para sobreviver, crescer e reproduzir-se? Qual sua eficiência das espéciesno uso<br />

dos recursos? Qual sua vulnerabilidade a condições extremas de clima, tais como calor, frio,<br />

vento e chuva?<br />

3. Fisiologia da Conservação<br />

Dentro desta perspectiva, os princípios, conceitos e métodos utilizados na área da<br />

fisiologia são de extrema importância para o entendimento dos declínios populacionais e<br />

para a conservação ambiental (Koeman 19991; Zachariassen et al. 19991; Carey 2005;<br />

Wikelski & Cooke 2006; Navas & Otani 2007). As diferentes variáveis dos estudos sobre a<br />

fisiologia trazem informações importantes que ajudam a elucidar os mecanismos<br />

relacionados à variação ambiental e sua influência sobre a aptidão de sobrevivência e<br />

reprodução dos diversos organismos vivos. Assim, o campo da fisiologia que estuda as<br />

respostas fisiológicas frente às alterações ambientais causadas pelo homem é atualmente<br />

denominado como Fisiologia da Conservação (Carey 2005; Wikelski & Cooke, 2006).<br />

Inicialmente, a fisiologia da conservação propõe utilizar-se de dados básicos sobre a<br />

fisiologia e a aptidão e suas interações para prever e antecipar problemas futuros. No<br />

entanto, poucos dados desta natureza estão disponíveis ou são insuficientes para que<br />

possam ser realizados programas de gestão ambiental aptos a prever quando e onde irão<br />

surgir problemas. Conseqüentemente, a escassez de dados sobre a fisiologia básica dos<br />

organismos em seu ambiente natural faz com que a fisiologia da conservação abranja<br />

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