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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

freqüências. Tal estruturação da Cóclea e<br />

do Sistema Nervoso Central resolve<br />

nosso primeiro problema. Em segundo<br />

lugar, precisamos entender como o<br />

cérebro entende as chamadas oitavas<br />

musicais. Tais freqüências, ainda que<br />

diferentes em valor de freqüência (uma<br />

grave, outra aguda), são percebidas<br />

como mesma nota musical pelo cérebro.<br />

Tal funcionamento é possibilitado por<br />

grupos de neurônios que são ativados<br />

pela estimulação de diferentes<br />

freqüências, porém, de mesmo tom<br />

fundamental (as oitavas musicais).<br />

Portanto, um Lá grave ou agudo,<br />

estimulará um mesmo grupo de<br />

neurônios. Esses dois fatores em<br />

conjunto, nos permitirão ter a percepção<br />

de timbre.<br />

Feitas tais estimulações no córtex<br />

auditivo primário, as associações cabíveis serão realizadas no córtex auditivo secundário,<br />

onde regiões específicas lidarão com estímulos sonoros específicos. Podemos então partir<br />

para os assuntos mais complexos e que nos interessam: fala e música. Cabe adiantar a<br />

primeira distinção encontrada entre essas duas propriedades do nosso cérebro, que é<br />

fundamental e mais global. Na grande maioria das pessoas, fala tem suas funções<br />

concentradas no hemisfério esquerdo do nosso cérebro, enquanto que a música está<br />

intimamente associada ao hemisfério direito. Tal constatação fica clara quando olhamos<br />

para um caso de dupla-dissociação entre linguagem e música apontado pela pesquisadora<br />

Isabelle Peretz, pelo relato de dois casos clínicos. O primeiro deles de um compositor que<br />

sofreu uma lesão no hemisfério cerebral esquerdo aos 57 anos, perdendo, então, a<br />

capacidade de falar e compreender a fala, mas que continuou a compor até sua morte<br />

quatro anos mais tarde – um caso de afasia sem amusia. O segundo, de uma mulher que<br />

teve lesões bilaterais no córtex auditivo e no córtex frontal direito como conseqüência de<br />

cirurgias para tratar de aneurismas; ela perdeu a capacidade de aprender novas músicas,<br />

cantarolar uma melodia qualquer e até mesmo de se lembrar das músicas que conhecia.<br />

Porém, sua fala, memória (excetuando-se aquela para música) e inteligência estavam<br />

intactas – um caso de amusia sem afasia.<br />

Revisado por André Frazão Helene e Gilberto Xavier<br />

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