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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

diversas abordagens, incluindo levantamentos dos dados básicos em seus objetivos para<br />

poder comparar com os dados sobre o ambiente estressante, em vez de simplesmente<br />

realizar medições pós-impactos (Wikelski & Cooke 2006).<br />

Utilizando os métodos desenvolvidos pela fisiologia, os estudos sobre conservação<br />

são capazes de identificar os principais fatores ou períodos de como ou quando os<br />

organismos se tornaram estressados. Por exemplo, as diversas técnicas utilizadas na<br />

endocrinologia podem ser utilizadas para detectar os problemas de reprodução em cativeiro<br />

encontrados em diversas espécies, favorecendo terapias hormonais principalmente em<br />

espécies ameaçadas de extinção. Esses estudos também possibilitam agrupar casais em<br />

períodos reprodutivos sincronizado, a fim de facilitar a reprodução em cativeiro, todavia, tais<br />

medidas não desvalorizam a importância da conservação da vida selvagem em seu habitat<br />

natural (Wikelski & Cooke 2006). Outro exemplo são os estudos que têm demonstrado que a<br />

modificação física do ambiente e a introdução de poluentes causam alterações sobre<br />

diversos aspectos da fisiologia metabólica de vertebrados e invertebrados (Calow 1991;<br />

Zachariassen et al. 1991; Hopkins et al. 1998; Beyers et al. 1999; Barbieri et al. 2002; Carey<br />

2005). Já a diminuição do tamanho do habitat e o aumento da isolação dos organismos<br />

causada pela fragmentação, além de acarretam no aumento de extinções localizadas<br />

(Fahring & Merriam 1994; Zuidema et al. 1996; Drinnan 2005), podem atuar na seleção<br />

natural das espécies através de suas características fisiológicas, por exemplo, o<br />

desempenho locomotor (Navas & Otani 2007) ou até mesmo causar alterações hormonais<br />

prejudicando o ciclo reprodutivo (Suorsa et al. 2003; 2004).<br />

O estudo da energética também representa uma ferramenta importante para a<br />

fisiologia na avaliação toxicológica, possibilitando o estabelecimento de relações de causae-efeito<br />

entre os agentes estressores e as respostas obtidas nos diversos níveis de<br />

organização biológica (Clements 2000; Carlisle 2000). Apesar das ligações energéticas<br />

entre escalas não serem bem definidas, existem evidências de que a energética individual<br />

possa influenciar os padrões e processos do ecossistema (Parmelee 1995; DeAngelis<br />

1995). Diversas técnicas podem ser utilizadas, em campo, para avaliar o equilíbrio<br />

energético dos animais, com mínimo de estresse, como por exemplo: a biotelemetria, que<br />

nos possibilita detectar alterações comportamentais e fisiológicas (freqüência cardíaca,<br />

temperatura corpórea, taxa opercular, batimento caudal, da asa ou de outros apêndices) em<br />

tempo real, e a água duplamente marcada (quantificação de produção de CO2 através de<br />

isótopos (Speakman 1997; Nagy et al. 1999; Costa & Gales 2003).<br />

Utilizando os dados obtidos por esses estudos, a fisiologia da conservação também<br />

pode destacar os principais organismos mais vulneráveis aos diversos fatores estressores<br />

imposto pelo homem (Mangum & Hochachka 1998; Somero 2000; Costa & Sinervo 2004).<br />

Estudos sobre a susceptibilidade dos organismos diante aos fatores estressantes,<br />

juntamente com dados básicos a respeito de sua biologia e fisiologia, são essenciais para o<br />

desenvolvimento, ainda mais a longo prazo, de planos para monitorar os ambientes<br />

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