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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

granulosa e convertida a 17α,20β-dihidroxy-4-pregnen-3-one ou 17α,20β-21-trihidroxy-4-<br />

pregnen-3-one pela enzima 20α-hidroxiesteróide-desidrogenase, dependendo da espécie<br />

considerada (Nagahama 1994; Mylonas et al. 1997; Peter & Yu 1997; Blázquez et al. 1998).<br />

O hormônio 17α-20β-dihidroxy-4-pregnen-3-one é conhecido como o hormônio indutor da<br />

maturação final e da ovulação (MIS) na maioria dos peixes.<br />

Nos machos, o controle da síntese de esteróides é semelhante ao das fêmeas. FSH<br />

e LH estimulam a esteroidogênese testicular e espermatogênese, sendo os andrógenos,<br />

testosterona e 11-cetotestosterona produzidos pelas células de Leydig no tecido intersticial<br />

dos testículos, sendo, esses hormônios gonadais os mais importantes no desenvolvimento<br />

do testículo e das características sexuais secundárias nos machos (Grier 1980; Pudney<br />

1995; Cyr & Eales 1996; Haider 2004; Parenti & Grier 2004).<br />

A Figura 2 apresenta um resumo funcional do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas na<br />

reprodução de peixes teleósteos.<br />

De uma forma geral, apesar do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas ser responsável<br />

pelo controle endócrino da reprodução em peixes, como visto anteriormente, o<br />

conhecimento da fisiologia deste eixo para as espécies nativas ainda é bastante escasso.<br />

Os mecanismos fisiológicos que levam ao bloqueio da reprodução em peixes reofílicos<br />

(peixes de piracema) quando estes são impedidos de migrar, por exemplo, quando ocorre à<br />

construção de barragens ou quando são transferidos para o cativeiro em operações de<br />

cultivo, ainda não são bem compreendidos. Zohar & Mylonas, (2001) sintetizam três tipos de<br />

disfunção endócrina observadas na reprodução de espécies de peixes migradoras. O<br />

primeiro problema e o mais severo ocorre em enguias (Anguilla anguilla), nas quais a<br />

vitelogênese e a espermatogênese falham completamente quando os reprodutores são<br />

mantidos em cativeiro. A segunda disfunção é a ausência da maturação final nos oócitos e o<br />

último problema é a falha na desova ao final do ciclo reprodutivo. Para as espécies<br />

nacionais a disfunção que ocorre normalmente é a ausência da maturação final dos oócitos<br />

(migração da vesícula germinativa) e o seu motivo ainda não está claro.<br />

Neste contexto, considerando-se que as espécies de peixes de piracema, quando<br />

são impedidas de migrar, apresentam um bloqueio na reprodução, fica evidente, que a<br />

construção de reservatórios nos rios brasileiros causa grandes impactos no ciclo de vida dos<br />

peixes reofílicos, principalmente nos aspectos relacionados à fisiologia reprodutiva. Este<br />

bloqueio, como mencionado anteriormente, também é observado nas espécies de peixes de<br />

piracema quando transferidas para o cativeiro (piscicultura) em operações de cultivo. Assim,<br />

nesta obra é apresentado de modo sucinto e discutido de forma preliminar o conhecimento<br />

disponível acerca do estado de arte da fisiologia da reprodução de peixes, impactos a que<br />

algumas espécies estão sujeitas pelos represamentos e a importância dos estudos de<br />

fisiologia da conservação na preservação de espécies ameaçadas. Pretende-se ainda, com<br />

esta obra, fornecer subsídios às discussões sobre o tema, sem a pretensão de fazê-lo de<br />

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