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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

Fisiologia, Conservação e Meio Ambiente<br />

Lye Otani<br />

Laboratório de Ecofisiologia e Fisiologia Evolutiva<br />

lye@usp.br<br />

1. Introdução<br />

O universo tem aproximadamente 13,7 bilhões de anos, sendo que o nosso sistema<br />

solar foi formado há cerca de 5 bilhões de anos atrás. As primeiras formas de vida em nosso<br />

planeta surgiram há cerca de 3,8 bilhões de anos atrás, quase que concomitantemente ao<br />

resfriamento do nosso planeta. A partir de então, as mais diversas formas de vida foram<br />

evoluindo, sendo que os primeiros organismos multicelulares surgiram há cerca de 1 bilhão<br />

de anos atrás. As plantas vasculares e os animais como artrópodes não-marinhos e os<br />

precursores dos anfíbios, por sua vez, surgiram sobre a Terra há aproximadamente 450-400<br />

milhões de anos. Todavia, nenhuma vida teria evoluído e se desenvolvido se não fosse pela<br />

formação da camada de ozônio há 1-2 bilhões de anos atrás (Williams & Fraústo da Silva<br />

2005). Esse ciclo evolutivo, que inclui processos naturais de extinção, dos diversos tipos de<br />

organismos vivos em nosso planeta tem sido decorrente da constante alteração do meio<br />

ambiente desde o início dos tempos. No entanto, além das variações ambientais naturais, os<br />

seres vivos agora têm que lidar com as alterações ambientais causadas pelas atividades<br />

humanas (Pough et al. 1998; Carey 2005).<br />

O ser humano surgiu há 100 mil anos atrás (Williams & Fraústo da Silva 2005), e<br />

principalmente após meados do sec. XVIII, com a Revolução Industrial, esta espécie vem<br />

explorando os recursos naturais descontroladamente (Ribeiro 2002). As populações<br />

humanas têm consumido e desperdiçado cerca de 40% da produtividade primária líquida<br />

total do ambiente terrestre, levando espécies e comunidades inteiras ao ponto de extinção.<br />

As principais ameaças à diversidade biológica e ao meio ambiente são: destruição,<br />

fragmentação e degradação do hábitat (incluído poluição), super-exploração das espécies<br />

para uso humano, introdução de espécies exóticas e aumento de ocorrência de doenças<br />

(ver revisão em Primack & Rodrigues 2001).<br />

2. Impactos Ambientais e a Biologia da Conservação<br />

A perda de habitat resultante do desenvolvimento urbano e da agricultura, e a<br />

subseqüente fragmentação de habitat vem ocorrendo em todo o mundo (Miller & Cale 2000;<br />

Primack & Rodriques 2001). Essa diminuição do tamanho do habitat e o aumento do<br />

isolamento dos organismos acarretam em um aumento de extinções localizadas (Fahring &<br />

Merriam 1994; Zuidema et al. 1996), o que resulta em redução da biodiversidade nos<br />

fragmentos remanescentes (Drinnan 2005). Além disso, a fragmentação ocorre mesmo<br />

quando a área do habitat não é tão afetada, como no caso do habitat original ser dividido por<br />

estradas ferrovias, canais, linhas de energia, cercas, tubulação de óleo, aceiros, ou outras<br />

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