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Livro CI 2008

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Neurofisiopatologia<br />

molecular chamada huntintina, no cromossomo 4, prolongando-a mais que o normal. Estas<br />

proteínas mutantes se agregam e desencadeiam a degeneração neuronal. Não se conhece<br />

ainda a função da huntintina normal, mas é possível que sirva para contrabalançar os<br />

gatilhos de morte celular programada. Observou-se acúmulo de huntintina no encéfalo de<br />

indivíduos com a doença de Huntington e concluiu-se que a proteína induz degeneração<br />

neuronal, provavelmente por mecanismo de apoptose.<br />

Observou-se também que a injeção de agonistas NMDA no estriado de ratos<br />

desencadeava perda celular semelhante à da doença de Huntington, levando à hipótese de<br />

que o gene alterado do cromossomo 4 produz alteração que desencadeia a ativação<br />

excessiva dos receptores NMDA ou a liberação excessiva de glutamato.<br />

Além de hipercinesia (movimentos involuntários anormais, rápidos e espasmódicos,<br />

mas relativamente coordenados dos membros, tronco, cabeça e face) - no caso a coréia - a<br />

doença de Huntington é caracterizada por demência e transtorno de personalidade.<br />

É uma síndrome inevitavelmente letal, cujos sintomas aparecem apenas na idade<br />

adulta, quando o indivíduo provavelmente já teve filhos e transmitiu os genes da doença.<br />

Pacientes com a doença de Huntington apresentam dificuldade no aprendizado de<br />

tarefas nas quais a resposta motora vem associada a um estímulo. Porém apesar de os<br />

indivíduos acometidos geralmente apresentarem disfunções motoras, estas não condizem<br />

com a severidade dos déficits cerebrais, sugerindo que essa deficiência seja uma<br />

conseqüência da doença. Esta constatação sugere que as doenças que atingem os núcleos<br />

da base afetam a memória de procedimentos, vinculada ao estriado – um dos focos de<br />

ataque da doença de Huntington.<br />

6.8. Doença de Alzheimer<br />

A doença de Alzheimer causa degeneração mental progressiva, o que gera perda de<br />

memória, confusão e desorientação do indivíduo acometido. Os sintomas começam a se<br />

tornar aparentes geralmente após os sessenta anos, e a expectativa de vida costuma ser de<br />

5 a 10 anos após o diagnóstico.<br />

O começo do quadro é caracterizado por sinais de esquecimento, que progridem para<br />

incapacidade de lembrar palavras, de produzir e mesmo compreender a linguagem. No<br />

estágio mais avançado da doença, o paciente negligencia o uso de roupas, a aparência e a<br />

alimentação. Além disso, o indivíduo apresenta cegueira de movimento, ou a incapacidade<br />

de interpretar o fluxo de informação visual – incapacidade de interpretar a direção do<br />

movimento de objetos em seu campo visual. Esta incapacidade interfere no uso da<br />

informação visual para o auto-movimento, e poderia explicar a tendência para divagação e<br />

perda, comuns nos doentes de Alzheimer.<br />

As alterações celulares incluem aglomerados neurofibrilares (massas aglomeradas de<br />

neurofibrilas; acúmulo de proteína tau que sofre processo de hiperfosforilação e lesa<br />

células), placas senis (lesões extracelulares formadas por cúmulo central de proteína<br />

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