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Livro CI 2008

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Fisiologia, Conservação e Meio Ambiente<br />

As Estratégias Comportamentais e Fisiológicas dos Animais<br />

Frente a Mudanças nas Condições Ambientais<br />

Lucas Francisco Ribeiro do Nascimento / Laura Haddad<br />

Laboratório de Tecidos Moles<br />

lribeiro_bio@yahoo.com.br<br />

Todo ser vivo necessita de um fornecimento contínuo de energia para realizar suas<br />

funções vitais. Nos vertebrados, o fornecimento de energia é garantido pela ingestão de<br />

alimento na forma de grandes moléculas, as quais são reduzidas a formas estruturalmente<br />

menores e mais simples no trato gastrintestinal, possibilitando seu transporte através de<br />

membranas celulares e, conseqüentemente, sua absorção e utilização nos processos<br />

metabólicos de conversão de energia.<br />

Toda a energia adquirida é geralmente usada nos processos metabólicos de<br />

manutenção, ou para crescimento e reprodução, ou perdida e eliminada, e esses<br />

componentes integram o orçamento energético (‘energy budget’) conforme a equação:<br />

Ein = Eperd + Eprod + Em,<br />

onde Ein é a energia ingerida na forma de alimento, Eperd é a soma da energia perdida, Eprod<br />

é a energia associada com a produção (crescimento e reprodução – produção de gametas)<br />

e Em representa a energia relacionada com o metabolismo de manutenção (Willmer et al.<br />

2000).<br />

A taxa de ingestão de alimentos varia com a massa corpórea e essa relação<br />

independe da dieta (Farlow 1976). Além disso, animais com baixas taxas metabólicas<br />

tendem a exibir menores taxas de ingestão, em contraposição a animais metabolicamente<br />

mais ativos. Outros fatores que influenciam a taxa de ingestão incluem os ciclos sazonais de<br />

crescimento, reprodução e acúmulo de estoques de gordura, os quais são intimamente<br />

relacionados a mudanças nas condições ambientais dados por variações no fotoperíodo,<br />

temperatura e disponibilidade de alimento. De acordo com o modelo apresentado por<br />

Speakman & Król (2005; figura 1), a taxa de ingestão alimentar e a transferência de energia<br />

nos animais, pode ser limitada centralmente pela capacidade do trato digestório de<br />

processar, assimilar e distribuir os nutrientes (A) ou perifericamente, pela capacidade dos<br />

tecidos de consumir a energia fornecida pelo trato digestório (B), pela capacidade de<br />

produção de calor (C) e ainda pela capacidade de excreção de produtos finais do<br />

metabolismo (D). Adicionalmente, a oferta de alimento no ambiente (E) representa um fator<br />

crítico, como evidenciam os vários exemplos de animais que apresentam longos períodos<br />

de inatividade e depressão metabólica sazonal em resposta à escassez de alimento. No<br />

conjunto, esses fatores atuam estabelecendo um ‘teto’ ou limite máximo da capacidade de<br />

transferência de energia nos animais, podendo agir diretamente ou, alternativamente,<br />

influenciar o investimento na captura e ingestão de alimento via sistema nervoso central.<br />

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