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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

um intervalo de tempo, oferecendo-se apenas um dos elementos de cada par; uma lista<br />

distratora era oferecida para um segundo grupo de voluntários durante o intervalo de tempo<br />

entre a lista apresentada e a lembrança da primeira lista. Os autores notaram que os<br />

voluntários cuja atenção foi desviada do material estudado exibiram lembrança menor do<br />

que o grupo de voluntários sem desvio da atenção; assim, enfatizaram a fragilidade das<br />

memórias quando a atenção é desviada (Lechner e col.,1999). Esses autores descreveram<br />

também o efeito de perseveração, em que testes posteriores eram afetados por testes<br />

prévios. Os voluntários lembravam-se de pares de sílabas apresentadas em outro teste,<br />

realizado semanas antes, resultando em erros, pois novas combinações deveriam ser<br />

recordadas. A lembrança de combinações estudadas semanas antes evidencia que<br />

atividade cerebral persevera após novo aprendizado (Lechner e col.,1999). Essa atividade é<br />

resultante do processo de consolidação das memórias. No trabalho de Ebbinghauss (1885)<br />

a estabilização da lembrança das sílabas várias horas após sua apresentação é também<br />

resultado desse processo de consolidação.<br />

Figura 2 – Resultados dos estudos de Ebbinghauss envolvendo memorização de listas<br />

de sílabas. Foram descritas (1) a curva de recordação ao longo do tempo após a exposição às<br />

sílabas (painel da esquerda) em que ocorre uma queda rápida da porcentagem de itens<br />

recordados até cerca de duas horas; a partir de então, a porcentagem de itens recordados<br />

permanece praticamente constante, (2) recordação em função da posição na série, em que a<br />

recordação logo após a apresentação da seqüência de itens resulta numa maior lembrança dos<br />

itens posicionados no início e no final da lista de itens, e (3) a curva de aprendizagem, em que<br />

há necessidade de vários dias de treinamento para que a lembrança completa da lista ocorra<br />

com menos treino (Ebbinghauss, 1885).<br />

Esses resultados sugeriram a existência de diferentes tipos de memória, incluindo (1)<br />

uma memória que dura poucos segundos ou minutos, suscetível a interferências e não<br />

consolidada, e (2) memória que dura dias ou semanas, robusta e resistente a interferências,<br />

e consolidada.<br />

Em seu livro Principles of Psychology, William James (1890) denominou esses tipos de<br />

memória como (1) memória consciente primária e (2) memória consciente secundária,<br />

respectivamente. Além disso, esse autor mencionou também, em capítulos distintos,<br />

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