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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

glutamato.<br />

Também foi sugerido que os radicais livres seriam responsáveis por lesões na<br />

Esclerose Lateral Amiotrófica. Contudo, estudos recentes em modelos animais propõem que<br />

a presença de radicais livres é, na verdade, conseqüência e não causa da lesão. Foi feita<br />

terapia com antioxidantes e não houve resultado satisfatório, permitindo supor que, então,<br />

os radicais livres não eram a causa da doença.<br />

Outra alternativa pesquisada para a Esclerose Lateral Amiotrófica são as substâncias<br />

antinflamatórias, pois foram evidenciados processos inflamatórios no desenvolvimento da<br />

doença. A excitotoxicidade do glutamato e a ação de radicais livres, no Sistema Nervoso<br />

Central, são importantes mecanismos neurodegenerativos. A inflamação pode contribuir no<br />

processo de degeneração, junto com estes dois outros fatores. Foi observada a presença de<br />

níveis aumentados de prostaglandinas em cérebros de indivíduos acometidos pela<br />

patologia. Sabe-se que as prostaglandinas são pró-inflamatórias. Estudos experimentais em<br />

modelos animais com camundongos geneticamente modificados para desenvolver a doença<br />

observaram que o uso de antinflamatórios estava envolvido no retardo do quadro – maior<br />

sobrevida, melhor resposta motora e menor perda de massa muscular. A identificação de<br />

maiores quantidades de fosfolipase A2 em camundongos com Esclerose Lateral Amiotrófica<br />

sugere que esta enzima tenha importância significativa no desenvolvimento da doença. O<br />

aumento da fosfolipase A2 antecede a lesão neuronal e a conseqüente perda motora, em<br />

camundongos. Se realmente esta enzima for fundamental para o surgimento da doença,<br />

então o tratamento à base de sulindaco, substância antinflamatória utilizada nos<br />

camundongos, pode ser efetivo para retardar o desenvolvimento do quadro clínico.<br />

Atualmente, amostras de sangue de indivíduos acometidos pela Esclerose Lateral<br />

Amiotrófica estão sendo estudadas por eletroforese bidimensional e Western Blotting. Estes<br />

estudos fornecerão informações sobre a composição das proteínas das amostras<br />

analisadas, e poderão contribuir para o desenvolvimento de marcadores que auxiliem o<br />

diagnóstico da doença.<br />

6.7. Doença de Huntington<br />

A doença de Huntington é uma doença hereditária autossômica dominante,<br />

progressiva, cujo início se dá entre os 40 e os 50 anos, e que leva à morte em<br />

aproximadamente 15 anos após o aparecimento dos sintomas. Provoca degeneração em<br />

muitas áreas cerebrais, principalmente no estriado e córtex cerebral, o que gera diminuição<br />

de sinais por inibição direta e excessiva do globo pálido interno e da substância negra<br />

reticular (núcleos estimuladores) pelo putâmen, e leva à desinibição do tálamo motor e do<br />

núcleo pedúnculopontino. Esta desinibição é inadequada, produzindo estimulação excessiva<br />

tanto do tálamo motor quanto do núcleo pedúnculopontino, causando hipercinesias (Barbosa<br />

et al, 2003; Bear et al, 2002; Lundy-Eckman, 2004; Nitrini e Bacheschi, 2003).<br />

É causada pela mutação dominante de um gene que codifica proteína de alto peso<br />

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