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Livro CI 2008

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Neurofisiopatologia<br />

Ca 2+ do retículo sarcoplasmático, que culmina em contração muscular. O cálcio liga-se à<br />

troponina e esta expõe, na actina, os sítios de ligação para a miosina. A cabeça da miosina<br />

se conecta à actina e sofre rotação. Com ATP, as miosinas se desligam das actinas e o<br />

cálcio é recaptado para o retículo sarcoplasmático por ATPases. A actina é novamente<br />

coberta por troponina. Na Esclerose Lateral Amiotrófica, este mecanismo é afetado<br />

progressivamente e resulta em ausência de contração muscular.<br />

Os primeiros sinais são fraqueza e atrofia muscular. Geralmente, entre três e cinco<br />

anos todo o movimento voluntário é perdido – a capacidade de andar, falar, deglutir e<br />

respirar são lentamente perdidas. O quadro é caracterizado por paresia, hiper-rigidez<br />

mioplástica, hiper-reflexia, sinal de Babinski, atrofia muscular, fasciculações por atrofia e<br />

fibrilações. No indivíduo acometido, a consciência permanece normal, assim como a<br />

comunicação e a memória, o sistema sensorial e autônomo. A morte do indivíduo decorre de<br />

complicações respiratórias (Bear et al, 2002; Calia e Annes, 2003; Lundy-Eckman, 2004;<br />

Nitrini e Bacheschi, 2003).<br />

Esta é uma doença relativamente rara, apesar de ser a mais comum das doenças do<br />

neurônio motor em adultos, e sua causa é desconhecida.<br />

Por volta de 90% dos casos são idiopáticos, embora uma das formas da ELA, a forma<br />

familiar, já tenha o gene responsável identificado (mutação da enzima superóxido<br />

dismutase). Neste subtipo da doença, um produto tóxico do metabolismo celular é a<br />

molécula negativamente carregada de oxigênio (radical superóxido), a qual é extremamente<br />

reativa e pode provocar danos celulares irreversíveis. A superóxido dismutase é uma enzima<br />

essencial para que os radicais superóxido percam seus elétrons extras, convertendo a<br />

molécula novamente em oxigênio. A ausência desta enzima leva ao acúmulo de radicais<br />

superóxido, lesando as células.<br />

Existe a hipótese de que a ELA seja causada por excitotoxicidade do glutamato e<br />

aminoácidos relacionados, o que causa morte neuronal. Além disso, sugere-se que um<br />

transportador de glutamato pode estar defeituoso, provocando exposição prolongada dos<br />

neurônios em atividade ao glutamato extracelular.<br />

A primeira droga aprovada para o tratamento da ELA foi o riluzole, um bloqueador da<br />

liberação de glutamato. Porém, apesar de seu uso retardar em alguns meses a progressão<br />

da doença, a longo prazo o desenvolvimento do quadro continua igual.<br />

Esclerose Lateral Amiotrófica – estudos recentes<br />

Estudos com antibióticos ß-lactâmicos em modelos animais da doença sugerem que<br />

esses fármacos atuariam auxiliando a neuroproteção, uma vez que foi observada, após<br />

administração da droga, maior produção de fatores neuroprotetores no Sistema Nervoso<br />

Central. O mecanismo parece estar associado principalmente à excitotoxicidade do<br />

glutamato, pois os antibióticos utilizados induzem aumento na produção das moléculas<br />

transportadoras que recolhem o excesso deste neurotransmissor no Sistema Nervoso<br />

Central. Esta alternativa reduz o risco de danos aos neurônios, causados pelo excesso de<br />

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