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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

Trata-se de um modelo etologicamente fundamentado, no qual o pressuposto teórico é<br />

a manipulação do medo incondicionado, ou seja, de medos inatos. Esses medos estão<br />

relacionados com a sobrevivência do indivíduo como, por exemplo, no confronto com o<br />

predador (Blanchard et al., 1986). É bem demonstrado que o fator motivacional crítico, no<br />

qual este modelo etológico se baseia é a natureza aversiva aos braços abertos (Zangrossi e<br />

Graeff, 1997).<br />

Este modelo experimental foi desenvolvido para investigar os efeitos de drogas<br />

ansiolíticas e analisar diferentes tipos de ansiedade e, ao mesmo tempo, verificar a memória<br />

(Viana et al.,1994). Também permite mensurar respostas relacionadas com medos<br />

condicionados ou inatos no mesmo animal, além de permitir simultânea verificação da<br />

memória para estes comportamentos (Conde et al.,1999).<br />

Com este teste é possível analisar a esquiva inibitória no braço fechado, que<br />

representa o medo condicionado, e a fuga, nos braços abertos, que representa o medo inato<br />

ou incondicionado. Colocar o animal várias vezes no braço fechado proporciona a<br />

exploração do labirinto e o aprendizado da esquiva inibitória dos braços abertos. Por outro<br />

lado, colocar o animal no final do braço aberto proporciona uma resposta de fuga para o<br />

braço fechado. A re-exposição dos animais a estas situações após um intervalo de tempo<br />

permite verificar a memória para estes comportamentos emocionais (Conde et al. 1999).<br />

Estudos em humanos e animais têm revelado alterações comportamentais e<br />

neuropsicológicas associadas aos exercícios físicos regulares. O treinamento físico melhora<br />

o humor e tem efeitos ansiolíticos e antidepressivos sobre as fobias e a depressão de<br />

pacientes (Simons e Birkimer, 1988; Dimeo et al., 2001). Estes resultados são de grande<br />

valia, sobretudo pelo fato de que a depressão e a ansiedade são desordens<br />

comportamentais que atingem a sociedade como um todo. Nos últimos anos, o avanço<br />

tecnológico, assim como as pressões sociais, políticas e econômicas, têm contribuído para o<br />

aumento de problemas mentais de ordem emocional. Em situações emocionais, o ser<br />

humano pode experimentar basicamente três emoções principais, em resposta a uma<br />

situação ameaçadora; raiva dirigida para fora (equivalente à cólera), raiva dirigida contra si<br />

mesmo (depressão) e ansiedade ou medo (McGauch et al., 1977). Encontrando-se em um<br />

estado de alerta, o organismo exibe uma resposta de luta ou fuga ao agente estressante.<br />

Ocorre que a prática de exercícios físicos aeróbios pode produzir efeitos antidepressivos,<br />

ansiolíticos e proteger o organismo dos efeitos deletérios do estresse na saúde física e<br />

mental (Salmon, 2001).<br />

Exercícios voluntários em rodas de corrida por quatro semanas alteraram o perfil<br />

comportamental de camundongos levando a uma diminuição da ansiedade e impulsividade<br />

de forma a proteger o organismo dos efeitos deletérios do estresse (Binder et al., 2004).<br />

Ainda sobre os aspectos psicobiológicos, a literatura relata forte correlação entre a<br />

melhora da capacidade aeróbia e a melhora das funções cognitivas, como melhor tempo de<br />

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