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Livro CI 2008

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Evolução de Sistemas Fisiológicos<br />

Os organismos capazes de andar e correr podem alcançar grandes velocidades e manter<br />

poucas partes do corpo em contato com o substrato. A chamada marcha se dá movendo<br />

alternadamente os apêndices de modo a manter o centro de gravidade pouco deslocado (no<br />

caso dos quadrúpedes) ou no pé que está em contato com o solo (bípedes) . O tempo em<br />

que os animais mantêm-se sem tocar o solo varia de acordo com a velocidade<br />

desenvolvida. Em altas velocidades, os vertebrados tendem a permanecer pouco tempo em<br />

contato com o solo, enquanto os insetos, por exemplo, mantêm sempre ao menos três patas<br />

no chão. A resistência do ar oferece importante fator limitante ou de gasto energético para<br />

corredores, sendo que pode comprometer até 13 % da energia total dispendida numa<br />

corrida<br />

A taxa metabólica específica de um animal é determinante nas variações de gasto<br />

energético para diferentes inclinações do terreno de corrida: animais de taxa metabólica<br />

específica elevadas apresentam pequeno aumento no gasto energético quando deslocamse<br />

por uma subida íngime quando comparados a animais de baixa taxa metabólica<br />

específica na mesma situação (McMahon e Bonner, 1985). É necessário dizer que músculos<br />

e tendões constituem importantes sítios armazenadores de energia elástica, contribuindo<br />

para uma diminuição do gasto energético esperado em determinada atividade. A importância<br />

desta característica é percebida, principalmente, durante os saltos, quando cada fase de<br />

contato com o substrato ocasiona dissipação de energia e conseqüente elevação dos gastos<br />

necessários para o próximo salto, caso não haja armazenamento de energia elástica.<br />

I.c) Saltar<br />

Muitos animais como cangurus, pássaros e alguns roedores são capazes de saltar.<br />

Para tal, mantêm contato com o solo por pouquíssimo tempo quando comparados aos não<br />

saltadores. Cada organismo apresenta uma estratégia diferente para a realização do salto.<br />

A pulga armazena energia elástica num material chamado resilina presente em suas patas,<br />

trabalhando com uma espécie de catapulta. No caso do canguru, arranjos anatômicos como<br />

a ocorrência de um tendão de Aquiles e músculos bem desenvolvidos proporcionam um<br />

maquinário potente para o salto, capaz de armazenar energia elástica e mover o animal<br />

vertical e horizontalmente (Dawson e Taylor, 1973). A velocidades maiores, o canguru tende<br />

a aumentar a distância coberta por salto e não a altura máxima atingida, de modo que há<br />

pouca variação no consumo de oxigênio. O primata galago tem 250 g e é capaz de saltar<br />

2,25 m de altura. Tal proeza é possível devido à grande massa muscular relativa deste<br />

animal. Forças físicas como a resistência do ar devem ser especialmente consideradas aqui,<br />

levando-se em conta, inclusive, o tamanho e a forma do animal. Considerando-se modelos<br />

que prevêem a altura máxima que um animal pode atingir, percebemos que quanto maior o<br />

animal, mais próximo do desempenho previsto ele chegará. Isso acontece porque animais<br />

menores apresentam uma maior área relativa em contato com o ar, sendo assim<br />

impossibilitados de performances mais próximas às previstas.<br />

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