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Livro CI 2008

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V Curso de Inverno<br />

caracterizada por uma drástica redução na respiração cutânea, com conseqüente redução<br />

da perda de água (Guppy & Withers 1999; Abe, 1995; Guppy, et. al., 1994; Hochachka &<br />

Guppy 1987).<br />

Várias espécies de anuros, dentre hilídeos, ranídeos, leptodactilídeos e outros, bem<br />

como alguns urodelos, apresentam a habilidade de secretar carapaças (cocoons)<br />

compostas por várias camadas de células mortas, de natureza essencialmente protéica, que<br />

lhes conferem taxas de perda de água muito próximas a zero (Christian e Parry, 1997;<br />

Toledo e Jared, 1993b). Esses casulos são essenciais à sobrevivência de vários anuros que<br />

estivam. Adicionalmente, a reabsorção da água estocada na bexiga urinária é um<br />

mecanismo fundamental a sobrevivência dessas espécies (Shoemaker et al. 1972).<br />

Finalmente, enquanto mamíferos não suportam a perda de água em mais do que 12% de<br />

sua massa, anfíbios toleram até 30%, chegando a 50% em sapos estivadores do semi-árido.<br />

Nos anfíbios de ambientes semi-áridos, o tempo disponível para reprodução<br />

corresponde à estação chuvosa. Em resposta a essa limitação de tempo, a maioria das<br />

espécies que estivam apresentam reprodução explosiva, que se inicia com as primeiras<br />

chuvas (Pinder et al., 1992). Portanto, paralelamente aos ajustes metabólicos, os anfíbios<br />

precisam iniciar a custosa gametogênese, a partir de reservas protéicas. Finalmente, a<br />

estivação exige ajustes cronobiológicos, que determinam seu início e fim. Esse fenômeno<br />

complexo, que assegura a manutenção do balanço hídrico no semi-árido, exigiu<br />

evolutivamente o ajuste simultâneo de vários sistemas fisiológicos.<br />

Referências Bibliográficas<br />

Abe AS (1995). Estivation in South American amphibians and reptiles. Brazilian Journal of Medical and<br />

Biology Research, 28: 1241-1247.Bentley PJ, Lee AK, Main AR (1958). Comparison of<br />

dehydration and hydration of two genera of frogs (Heleioporus and Neobatrachus) that live in<br />

areas of varying aridity. Journal of Experimental Biology, 35:677-684<br />

Claussen DL (1973). The water relations of the tailed frog, Ascaphus truei, and the pacific treefrog,<br />

Hyla regilla. Comparative Biochemistry and Physiology. 44A: 155-171.<br />

Christian K & Parry D (1997). Reduced rates of water loss and chemical properties of skin secretions<br />

of the frogs Litoria caerulea and Cyclorana Australis. Australian Journal of Zoology. 45:13-20.<br />

Duellman WE & Trueb L (1994). Biology of Amphibia. The Johns Hopkins University Press. John Wiley<br />

& Sons, NY.<br />

Fuery CJ, Withers PC, Hobbs AA, Guppy M. (1998). The role of protein synthesis during metabolic<br />

depression in the Australian desert frog, Neobatrachus centralis. Comparative Biochemistry and<br />

Physiology, 119(A), 469-476.<br />

Gordon MS & Tucker VA (1965). Osmotic regulation in the tadpoles of the crab-eating frog (Rana<br />

cancrivora). Journal of Experimental Biology, 42: 437-445.<br />

Gordon MS & Tucker VA (1968). Further observations on the physiology of salinity adaptation in the<br />

crab-eating frog (Rana cancrivora). Journal of Experimental Biology, 49:185-193.<br />

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