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copo das lutas por políticas públicas e sociais pela igualdade de gênero,<br />

situam-se, ainda, lutas e mobilizações como aquelas relacionadas à<br />

violência contra a mulher e os homossexuais, aos movimentos LGBT,<br />

às políticas do corpo, à regulamentação da profissão de prostituta no<br />

Brasil e à regulamentação do casamento civil entre pessoas do mesmo<br />

sexo em doze estados brasileiros.<br />

Um segundo cenário abrange as intervenções e lutas dos movimentos<br />

sociais por igualdade racial das populações afrodescendentes<br />

e indígenas que convergiram, nos últimos anos, na institucionalização<br />

das chamadas ações afirmativas a partir da destinação de vagas em<br />

universidades, concursos públicos etc. para afrodescendentes e indígenas<br />

e, claro, as controvérsias que vêm cercando essa institucionalização.<br />

No caso dos afrodescendentes, as desigualdades de acesso das<br />

populações negras e mestiças a diferentes âmbitos da vida social são<br />

resultado de processos sócio-históricos de escravidão e pós-abolição da<br />

escravidão no Brasil que foram decisivos para a manutenção das desigualdades<br />

socioeconômicas entre os afrodescendentes. Historicamente,<br />

tem sido possível observar uma consonância entre as “linhas de classe”<br />

e as “linhas de cor” no Brasil, a ponto de ambas se ratificarem reciprocamente<br />

(Chaves; Cogo, 2013). Ou seja, os afrodescendentes situam-se<br />

majoritariamente em estratos socioeconômicos mais baixos da população<br />

brasileira, conforme aparece refletido pelo Relatório Anual das<br />

Desigualdades Raciais no Brasil, 2009-2010 (Paixão et al, 2010).<br />

Em contrapartida, os organizadores do relatório registram a elevação<br />

dos índices de acesso ao ensino superior no Brasil, atribuindo<br />

esse crescimento, por um lado, à adoção de políticas de ação afirmativa<br />

para afrodescendentes e também para a população pobre, pelas universidades<br />

públicas, e, por outro, à criação de programas federais de incentivo<br />

com bolsas de estudos para o ingresso nas instituições privadas,<br />

como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Programa de<br />

Financiamento Estudantil (Fies) 2 (Paixão et al., 2010).<br />

2<br />

Ao cotejarem o acesso ao ensino superior nos anos 1988, 1998 e 2008, na última<br />

década, o mesmo relatório registra o maior salto, com um aumento de<br />

14,7% no número total de estudantes que acederam ao ensino superior no Brasil,<br />

representando o maior crescimento, nesse acesso à universidade, em um<br />

período de vinte anos (Paixão et al., 2010). Somam-se a isso as iniciativas dos<br />

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