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es e negros desenvolvidas por empresas que atuam no Brasil eram não<br />

apenas decepcionantes como praticamente inexistentes. Tais ações não<br />

acompanhavam as sugestões encaminhadas pelo think tank.<br />

Dois anos depois, em 2002, o Ethos publica o documento<br />

Expectativas de ação das empresas para superar a discriminação racial,<br />

assinado por Sueli Carneiro. A publicação foi resultado de uma palestra<br />

proferida pela fundadora do Geledés, ONG proveniente do movimento<br />

negro, durante a Conferência Nacional Empresas e Responsabilidade<br />

Social, realizada pelo instituto na cidade de São Paulo naquele mesmo<br />

ano (Ethos, 2002). A apresentação do documento traz um discurso<br />

bem mais contundente. Nela é dito que “a discriminação racial, uma<br />

das questões mais antigas e fundamentais do Brasil, delineou o perfil do<br />

país, marcando-o com a cicatriz da desigualdade social e do desrespeito<br />

ao ser humano”. Assim sendo, “todo e qualquer esforço no sentido de<br />

combatê-la é também uma iniciativa em favor da redução das desigualdades<br />

e da construção de uma nação capaz de aproveitar todo o seu potencial<br />

humano”. Embora não considere que a discriminação racial seja<br />

uma questão exclusiva do mundo empresarial, o texto de abertura sugere<br />

que “é impossível deixar de reconhecer que o ambiente de trabalho,<br />

com seus projetos, suas relações, suas políticas de contratação, oferece<br />

uma oportunidade única para tratar desse assunto”. Acrescenta que “as<br />

inúmeras vantagens e sinergias que um ambiente diversificado traz para<br />

o desempenho da empresa são praticamente inexploradas”.<br />

Explica então ao leitor, que o Ethos decidiu levar o tema para a<br />

Conferência Nacional 2002, convidando Sueli Carneiro para proferir<br />

uma palestra. “Na oportunidade”, diz ainda o texto introdutório, “ela<br />

apresentou de forma crua e contundente a realidade da segregação que<br />

atinge a população negra no Brasil”. “Sua apresentação”, prossegue o<br />

texto, “não deixa dúvida a respeito da necessidade de aprofundarmos<br />

nossa ação no sentido de alterar radicalmente essa realidade”. Sugere<br />

então que “as empresas identifiquem e removam barreiras que impeçam<br />

a contratação, a qualificação e a ascensão dos negros e promovam<br />

iniciativas que busquem equilibrar sua composição étnica em todos os<br />

níveis hierárquicos”. Elas “devem também zelar para que o preconceito<br />

racial seja banido de todos os meios que elas utilizam para comunicar-<br />

-se com a sociedade e com seus colaboradores, fornecedores, clientes e<br />

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