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guir identificar, criar significado, representar o que são as diferenças e<br />

semelhanças, afirmam Pierre (2001) e Finuras (2003).<br />

Para executar as diversas atividades no âmbito de uma organização<br />

multinacional, são necessárias equipes compostas de membros<br />

com competências complementares e portadores de culturas nacionais<br />

ou regionais diferentes, segundo Delange e Pierre (2004). No âmago<br />

de toda tentativa de gestão intercultural está a questão de um relacionamento<br />

com o outro, de um tratamento para o estrangeiro e a<br />

necessidade de encontrar os termos de um acordo para produzir junto.<br />

Sendo assim, podemos dizer que dentro de um determinado contexto<br />

cultural, seja ele de âmbito local, regional ou nacional, as representações<br />

criadas pelos indivíduos para interpretar a realidade organizacional<br />

precisam ser repensadas e recriadas a partir do momento em que<br />

outros indivíduos, portadores de outra cultura, passam a conviver e a<br />

interagir com esses indivíduos.<br />

Ao pesquisar o ambiente organizacional sob a ótica intercultural,<br />

o que é descoberto não é a cultura mas, sim, as sociedades que formam a<br />

cultura, ou seja, “os conjuntos organizados e hierarquizados onde as noções<br />

de diferença e de alteridade têm um sentido”, diz Marc Augé (1999,<br />

p. 20). Para entender o sentido que os indivíduos em coletividade dão<br />

à sua existência, é preciso entender as relações simbolizadas e efetivas<br />

entre os indivíduos pertencentes a uma coletividade particular. Na teoria<br />

das representações sociais, parte-se do pressuposto de que ninguém<br />

está livre dos efeitos de condicionamentos anteriores que são transmitidos<br />

pela linguagem ou cultura. Moscovici (2004, p. 35) afirma que “nós<br />

vemos apenas o que as convenções subjacentes nos permitem ver e nós<br />

permanecemos inconscientes destas convenções”. O estudo das representações<br />

pode auxiliar nisso, porém é justo afirmar que nunca haverá<br />

libertação total das convenções só porque nos tomamos conscientes de<br />

algumas delas. O que acontece é uma fragmentação da realidade, uma<br />

classificação das pessoas e dos objetos, que os torna visíveis ou invisíveis<br />

dependendo das representações sociais que carregamos.<br />

Em situações do cotidiano intercultural, Adler e Gundersen (2008)<br />

dizem que os indivíduos devem assumir a diferença até que a similaridade<br />

seja provada. Eles devem reconhecer que todos os comportamentos<br />

fazem sentido por meio dos olhos da pessoa que está tendo uma deter-<br />

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