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2009; Alves e Galeão-Silva, 2004; Freitas, 2008 e 2009; Fleury, 2000) e a<br />

gestão das relações públicas (Cox, 1991; Kunsch, 2003; Yanaze, 2011).<br />

Também realizamos a análise das narrativas da diversidade de<br />

três empresas que atuam no Brasil: Procter & Gamble, Arcellor Mittal e<br />

Philips, escolhidas por conveniência, por terem suas políticas de diversidade<br />

publicadas em seus sítios na internet. A análise feita desses textos<br />

seguiu as orientações de Jacques Derrida (2004) ao buscar por ambiguidades,<br />

contradições, ambivalências, duplos sentidos e dubiedades e por<br />

brechas de interpretações e intenções ocultas presentes no texto; tudo<br />

com o objetivo de percebermos como as narrativas das políticas de diversidade<br />

adquirem significados e como elas podem limitar e manipular<br />

as interpretações possíveis, a fim de anular os conflitos culturais e promover<br />

a cultura dos negócios.<br />

Acreditamos que o trabalho apresentado neste artigo desperta a<br />

atenção para a atualidade do vocabulário do politicamente correto no<br />

contexto das empresas multinacionais. Mais que trazer certezas, essas<br />

descobertas incentivam a avançar nesse tema.<br />

O LOCAL, O GLOBAL E AS DIFERENÇAS<br />

A globalização, longe de ser uma realidade uníssona e compacta,<br />

é um jogo de mediações entre diversas e diferentes partes. E pensar esse<br />

fenômeno de maneira complexa significa não afastar a incerteza ou a<br />

contradição, como, também, não isolar os objetos uns dos outros. Morin<br />

(2006) já disse que a organização de um todo produz inibição ou repressão<br />

das partes, mas também produz qualidades e propriedades novas ao<br />

organizar elementos diversos.<br />

Neste contexto, a “globalização não significa nunca homogeneização,<br />

mas diferenciação em outros níveis, diversidades com outras potencialidades,<br />

desigualdades com outras forças” (Ianni, 1994, p. 159). Como<br />

afirma Stuart Hall (2006), a globalização não está produzindo nem o<br />

triunfo do global e nem a persistência nacionalista do local, mas, sim,<br />

deslocamentos variados e contraditórios. A globalidade e a localidade se<br />

contradizem, mas, ao mesmo tempo, constituem-se simultaneamente,<br />

reciprocamente e acontecem de maneira por vezes desigual ou igual,<br />

congruente ou incongruente, pois “mesclam-se e tencionam-se em singularidades,<br />

particularidades e universalidades” (Ianni, 1994, p. 151).<br />

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