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qualquer referência ao conflito. Os acontecimentos são contados de forma<br />

diametralmente oposta pela militante sindical, como se vê a seguir:<br />

Tudo começou quando o Inspir fez a pesquisa “O rosto dos bancários”.<br />

Enviamos os resultados dessa pesquisa para o MPT,<br />

para várias ONGs, para a imprensa. A partir daí representantes<br />

do MPT, primeiro Dra. Maria Gurgel e depois Dr. Otávio Brito<br />

Lopes, começaram a ficar atentos a estes dados. Passaram<br />

a questionar os bancos com relação à desigualdade racial e à<br />

desigualdade de gênero, da mesma forma que estavam os questionando<br />

com relação à inclusão das pessoas com deficiência.<br />

Veja o que é pressão social: a partir do “Rosto dos bancários” e<br />

da mobilização do movimento sindical e do movimento negro,<br />

o MPT criou um mecanismo para discutir a questão das discriminações<br />

racial e de gênero no trabalho, o coordigualdade. E a<br />

pressão continuava, Frei Davi e a Educafro empreenderam várias<br />

ações de rua. Durante dois anos, nas datas de 13 de maio<br />

e 20 de novembro eles entraram nas agências e fizeram uma<br />

crucificação simbólica dos negros, como forma de denunciar o<br />

racismo dos bancos. Foi toda essa movimentação que levou o<br />

Iara, do Dr. Adami, a demandar a intervenção do Ministério<br />

Público. Várias entidades, inclusive o Inspir, assinaram o documento<br />

que ele enviou ao MPT, sob a forma de Amicus Curi, solicitando<br />

que o órgão ajuizasse uma ação contra os bancos por<br />

discriminação racial. Então o Dr. Otávio se associou à OIT e ao<br />

Ipea e fez uma pesquisa nos cinco maiores bancos de Brasília.<br />

Solicitou que esses bancos enviassem os dados sobre a composição<br />

do seu quadro de pessoal. Constatou-se então a mesma<br />

coisa que já tinha sido detectado pelo “Rosto dos bancários”.<br />

A partir daí a OIT sugeriu que os sindicatos fossem chamados<br />

para as discussões. Ao mesmo tempo, o Inspir havia decidido<br />

que faria uma denúncia à Comissão de Direitos Humanos e<br />

Minorias da Câmara dos Deputados. Em síntese, as tensões já<br />

haviam aumentado em intensidade quando a coisa chegou até<br />

o Congresso e então os representantes dos bancos, que por ocasião<br />

da divulgação do “Rosto dos bancários” negavam a existência<br />

de qualquer problema, aceitaram construir o “Mapa da<br />

diversidade racial e social no setor bancário”. Daí o Ministério<br />

Público deu uma parada nas ações, já que os bancos aceitaram<br />

construir o mapa, que será um censo do segmento bancário.<br />

Nas reuniões dessa comissão, tendo sido acordada a realiza-<br />

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