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os sentimentos antimuçulmanos, uma maravilhosa hashtag se espalhou<br />

como um vírus no Twitter, juntamente com o abominável #sydneyseige:<br />

#illridewithyou. A australiana Rachel Jones observou quando pediam a<br />

uma jovem muçulmana que tirasse o seu véu em uma estação de trens,<br />

correu atrás dela e se ofereceu para acompanhá-la no transporte público<br />

em um momento em que a população reagia com fúria diante do tiroteio.<br />

Isto se converteu em uma campanha das redes sociais, e a hashtag<br />

#illridewithyou foi utilizada por milhares de australianos para expressar<br />

a sua solidariedade em um momento de angústia de muitas comunidades<br />

muçulmanas do país. O fato de que as pessoas pudessem reconhecer<br />

e relativizar as diferenças culturais e religiosas demonstra que os públicos<br />

podem ser extremamente complexos do ponto de vista cognitivo no<br />

tocante à cultura; é, pois, tarefa da investigação acadêmica discutir e<br />

nutrir essa complexidade.<br />

Nesse espírito, sugiro duas abordagens para deslocar nosso paradigma<br />

da inteligência para a inteligibilidade da cultura, de caminhar<br />

em direção à inteligibilidade: uma postura ética e uma habilidade.<br />

Primeiramente, nossa postura perante o mundo deve ser a de cosmopolitas<br />

enraizados. O cosmopolitismo refere-se a uma moralidade abarcadora,<br />

um sentido de unidade transcendente e de unicidade. Assim,<br />

porque as raízes assinalam atenção e laços a um determinado lugar,<br />

existe uma tensão entre os termos “raízes” e “cosmopolitismo”. Não<br />

obstante, o cosmopolitismo enraizado faz com que nossa ligação ao<br />

nosso próprio lugar nos permita desenvolver a preocupação pelo outro.<br />

Consequentemente, precisamos estar ligados a um lugar, com um senso<br />

sofisticado do mundo à nossa volta (Kymlicka; Walker, 2012).<br />

Um bom exemplo de cosmopolitismo enraizado é o movimento<br />

Cidades em Transição, uma ação comunitária pró-ativa que trabalha<br />

com o problema das mudanças climáticas e do pico da exploração do<br />

petróleo. A iniciativa foi inaugurada na cidade de Totnes, em Devon,<br />

Inglaterra em 2006/2007 por Rob Hopkins e seus colegas. O movimento<br />

reconhece a necessidade de se trabalhar em termos de políticas locais<br />

e nacionais e em sistemas de governança que não estão dando muitos<br />

resultados em termos desses sérios problemas mundiais, e sugere um<br />

modelo de mudança criativa, com base em princípios de pensamento<br />

positivo e investigação apreciativa. Entre as iniciativas promovidas pelo<br />

movimento estão atividades da comunidade criativa tais como jardina-<br />

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