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gem de guerrilha, bancos de horas, moedas urbanas, jardins coletivos e<br />

esquemas de carona solidária. O tipo de reflexividade desse movimento<br />

é extremamente interessante: o que está subjacente não é uma reflexividade<br />

apenas global, mas também pós-global: uma conscientização<br />

da desconexão iminente, além do aumento da integração. Trata-se da<br />

perfeita ilustração da ideia de que, se não estivermos ligados a um lugar,<br />

provavelmente nos esqueceremos das nossas histórias imperfeitas<br />

e violentas. Se não olharmos para além de nós mesmos e de nossas imediações,<br />

jamais conheceremos o nosso lugar no mundo.<br />

Uma segunda mudança de que precisamos para poder transitar<br />

da inteligência à inteligibilidade pode residir numa habilidade. Cynthia<br />

Stohl e Shiv Ganesh (2014) sugerem que dadas a complexidade, imprevisibilidade<br />

e volatilidade do lugar onde o indivíduo se encontra em relação<br />

aos outros no sistema global, a “competência” de comunicação mais<br />

importante é um tipo de gestão da coerência em que os indivíduos, as<br />

comunidades e as organizações devem navegar e dominar para tratar<br />

dos diferentes níveis de interação que compõem nosso complexo meio<br />

cultural. Os atores contemporâneos devem ser capazes de gerir, simultaneamente<br />

e dentro de discursos e culturas múltiplas, a sua posição<br />

dentro de ambientes difusos e deslocados, mantendo e solidificando<br />

as fronteiras sociais fragmentadas, chamando as vozes pós-coloniais a<br />

participar e filtrando quantidades cada vez maiores de informação, sem<br />

descuidar a gestão dos fluxos de informação crítica. A gestão da coerência<br />

opera no nexo da comunicação interpessoal/organizacional, não<br />

apenas no sentido de áreas de sobreposição e intersecção, mas também,<br />

e justamente, porque, de muitas maneiras, os indivíduos se tornaram<br />

organizações. É uma habilidade que o ambiente exige e que permite aos<br />

atores comunicar e gerir, simultaneamente, a agência individual e a representação<br />

organizacional.<br />

Munidos desses dois elementos – uma ética e uma habilidade –,<br />

talvez possamos estar mais bem equipados para encarar os desafios, as<br />

distopias e as oportunidades dos nossos dias.<br />

REFERÊNCIAS<br />

ABBATE, John. Inventing the internet. Cambridge: MIT Press, 1999.<br />

ANDERSON, Benedict. Imagined communities. Londres: Verso, 1991.<br />

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