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foi publicado outro texto, não assinado, com o seguinte título: “Banco<br />

nega racismo e vê problema social” (FSP, 2005). Embora a cobertura da<br />

grande imprensa não tenha privilegiado o tom crítico 3 , ela certamente<br />

incomodou os bancos. A simples menção aos processos judiciais que<br />

estavam sofrendo abalava a sua imagem, algo preocupante no contexto<br />

de um capitalismo que se nutre cada vez mais de valor simbólico. E a<br />

história não parou por aí.<br />

A sentença proferida pela Justiça do Trabalho, considerando<br />

como improcedente as ações, não pôs fim ao conflito. Em 9 de agosto<br />

de 2006, em resposta a uma postulação feita por Frei Davi, diretor da<br />

rede Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes),<br />

e de lideranças de outras ONGs provenientes do movimento negro, a<br />

Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos<br />

Deputados promoveu uma reunião com representantes do movimento<br />

negro, do MPT e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), mediada<br />

pelo deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), à época seu<br />

presidente. O objetivo era tratar do desenvolvimento de ações de inclusão<br />

dos negros nas empresas do sistema financeiro. A reunião dava<br />

continuidade a uma audiência pública sobre desigualdade racial no<br />

mercado de trabalho, que ocorreu cerca de um mês antes, em 04 de<br />

julho de 2006, solicitada pelo deputado Luiz Alberto (PT-BA), então<br />

presidente da Frente Parlamentar pela Igualdade Racial. Na ocasião<br />

foram negociadas as bases para a realização de um censo dos trabalhadores<br />

da indústria bancária.<br />

O “Mapa da diversidade racial e social do setor bancário”, como<br />

foi denominado inicialmente o projeto, deveria ser objeto de novas discussões<br />

ainda em 2006 e ser concluído em dezembro de 2007, contemplando<br />

dados relativos à admissão, progressão na carreira e remuneração<br />

dos funcionários do segmento. Após a sua conclusão, os bancos,<br />

o movimento negro, o movimento sindical e o Estado deveriam firmar<br />

um pacto com o propósito de aumentar o número de negros nas em-<br />

3<br />

Os textos publicados no Caderno Dinheiro, da Folha de S.Paulo, trouxeram<br />

falas de diversos gestores das empresas isentando os bancos de culpa pelas<br />

desigualdades raciais, ao passo que apenas duas declarações do procurador<br />

Otávio Brito Lopes foram apresentadas e que nenhum representante das ONGs<br />

provenientes do movimento negro serviu de fonte para as matérias.<br />

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