17.05.2015 Views

isbn_aguardando

isbn_aguardando

isbn_aguardando

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

mesmo caldeirão corporativo e a partir daí extrair vantagens em termos<br />

de criatividade e capacidade de competir”.<br />

Não por acaso então, em sua chamada, a principal matéria do<br />

dossiê, festivamente intitulada “Viva a diferença!”, promete revelar ao<br />

leitor “por que a diversidade do capital humano pode tornar as empresas<br />

mais criativas, competitivas e poderosas”. Para tanto, será necessário<br />

que este “esqueça as práticas politicamente corretas de inclusão de<br />

minorias tão fomentadas nos Estados Unidos das décadas de 60 e 70”<br />

e “as polêmicas cotas para executivos negros, homossexuais, latinos e<br />

para mulheres”. “Não é apenas do aspecto social da diversidade (...) que<br />

vamos tratar aqui”, adverte a jornalista responsável, que acrescenta em<br />

seguida: “Vamos falar, sim, (...) de algo que todas as empresas – de todos<br />

os setores, em todos os países – lutam para ter: vantagem competitiva”.<br />

A escolha por este recorte não seria por acaso. Este é o fator “que vem<br />

empurrando a questão da diversidade para frente no mundo inteiro”,<br />

garante Claudia Vassalo (2000, p. 153-164).<br />

Percebe-se que a revista reproduz numa linguagem mais simples<br />

para um público ampliado a mensagem dos pesquisadores americanos<br />

de diversity management, já traduzida no Brasil por Fleury (2000). É interessante<br />

notar também que, ao solicitar ao leitor que esqueça as práticas<br />

de inclusão de minorias fomentadas nos Estados Unidos nas décadas<br />

de 1960 e 1970, a jornalista paradoxalmente lembra que aí reside<br />

a origem dessa tecnologia gerencial. Em outras palavras, a reportagem<br />

não omite essa gênese. Ao contrário, ela a acentua. Mas a acentua para<br />

em seguida desqualificá-la, considerando-a como algo sem importância.<br />

Daí a decisão da revista de abordar o tema pelo viés da vantagem<br />

competitiva. Todavia, essa não é a única forma de perceber a gestão<br />

da diversidade em sua recepção no contexto brasileiro. Podemos dizer<br />

que entre os agentes empresariais ela é dominante, mas existem outros<br />

discursos que competem com este, tensionando a produção da cultura<br />

transnacional de negócios em sua translação para o Brasil. Isso fica evidente<br />

na forma como o tema é tratado por um importante think tank<br />

brasileiro, o Instituto Ethos 14 .<br />

14<br />

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma organização<br />

sem fins lucrativos criada em 1998 por um grupo de empresários e executivos<br />

com o objetivo de “mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir<br />

86

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!