17.05.2015 Views

isbn_aguardando

isbn_aguardando

isbn_aguardando

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

maior do que seu tamanho real, enquanto a África era ilustrada em<br />

tamanho 15% menor. Quando o australiano McArthur projetou o mapa<br />

do mundo de cabeça para baixo, conseguiu colocar o seu país na posição<br />

superior e central, demonstrando como o etnocentrismo pode<br />

ser construído culturalmente (Rogers; Steinfatt, 1999). Geert Hofstede<br />

(1997, p. 244) reforça quando explica que “o etnocentrismo está para<br />

uma população assim como o egocentrismo está para o indivíduo”.<br />

Para Assumpta Aneas e Francisco Javier de Santos (2007), o etnocentrismo,<br />

assim como o egocentrismo, nos impedem de perceber o outro<br />

como diferente de nós, ou seja, exclui a possibilidade de conhecermos<br />

outras culturas e compartilharmos novos significados.<br />

O relativismo cultural é outro grande desafio da atualidade. É uma<br />

teoria que defende, com base nas diferenças culturais existentes, que<br />

não há verdades morais objetivas e universais e que os diferentes códigos<br />

morais são igualmente legítimos (Rachels, 2004). O autor conta a<br />

história de Dario, rei da antiga Pérsia, que ficou assustado com o costume<br />

de uma tribo indígena (os callatians, em inglês) de comer os corpos<br />

de seus pais mortos. Por outro lado, os callatians ficaram horrorizados<br />

com o costume dos persas de queimar o corpo dos pais mortos. Para os<br />

membros da tribo indígena, comer a carne de seus pais mortos era um<br />

sinal de respeito e desejo de que o espírito do falecido permanecesse<br />

dentro deles; queimar os mortos seria, portanto, um ato de desdenho.<br />

O autor cita também a excisão, prática comum em alguns países africanos<br />

e que consiste na mutilação genital feminina. Ao apresentar estes<br />

exemplos, Rachels (2004) busca mostrar os perigos do relativismo cultural,<br />

uma vez que, ao considerar que não podemos julgar uma prática<br />

cultural como indesejável, estaríamos negando que existem valores universais<br />

comuns a todos os homens. Se o relativismo cultural estiver certo,<br />

devemos respeitar as práticas culturais desses povos. Assim, o autor<br />

adverte que alguns sistemas de valores devem ser universais, ainda que<br />

algumas crenças sejam particulares.<br />

O preconceito consiste em atitudes infundadas em relação aos outros,<br />

baseadas nos nossos próprios sistemas de valores. Consistem, portanto,<br />

em julgamentos sobre um indivíduo ou grupo de pessoas baseados<br />

em suposições sobre os indivíduos ou grupos que presumidamente<br />

estes podem representar. Alguns preconceitos consistem em suposições<br />

irracionais e ódio a grupos particulares (Rogers; Steinfatt, 1999). Por<br />

258

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!