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torno de uma causa, rapidamente promover um problema, para logo<br />

dissolver-se com a mesma rapidez.<br />

Enquanto alguns acadêmicos discutem intensamente a questão<br />

do ativismo como uma rede de redes, tratando de fenômenos como<br />

a Primavera Árabe em termos hiperbólicos como uma Revolução do<br />

Facebook, outros assumem uma postura um tanto mais ponderada<br />

diante do poder transformador das redes sociais (Ganesh, 2001). O<br />

impacto transformador dos meios de comunicação digitais sobre a<br />

nossa habilidade de nos organizar coletivamente não está evidenciado<br />

apenas no ativismo: também é nitidamente visível no aparecimento<br />

de novas identidades e formas ocupacionais, tais como o empreendedorismo.<br />

Os empreendedores, afinal, são pessoas que não necessitam<br />

de organizações e instituições para funcionar: são agentes livres, são<br />

visionários e assumem riscos; e o ambiente digital lhes oferece a infraestrutura<br />

para tal. A exemplo dos estudos sobre os ativistas, entender<br />

o comportamento empreendedor requer, em muitos casos, a destruição<br />

das fronteiras entre a comunicação interpessoal e organizacional:<br />

quer seja ativista, quer seja empreendedor, o indivíduo se transforma<br />

em organização. A despeito do exposto, as organizações continuam a<br />

ter a sua importância, particularmente como forma de conferir uma<br />

identidade às pessoas; mas já não operam como antes. E isto suscita<br />

uma questão fundamental para os pesquisadores: as tecnologias digitais<br />

oferecem a energia para um compromisso de longo prazo que,<br />

sabemos, é o precursor de todo tipo de mudança? Ou simplesmente<br />

extraem energia dos esforços de mudanças sociais, produzindo o que<br />

chamamos de cliquetivismo e “ativismo preguiçoso”?<br />

DA INTELIGÊNCIA À INTELIGIBILIDADE<br />

Até agora, discutimos como as culturas são tanto profundamente<br />

híbridas quanto múltiplas; os meios são parte de nossa ecologia cultural;<br />

e em uma cultura digital onipresente, o nosso ambiente é muito mais<br />

volátil, caótico e individualista, e estamos propensos a ser altamente<br />

reflexivos do ponto de vista global. Examinaremos agora como essas<br />

ideias podem impactar e transformar algumas das principais imagens<br />

no campo da comunicação intercultural. A principal imagem que gostaria<br />

de discutir é a inteligência cultural (CQ), que nos últimos dez ou<br />

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