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isbn_aguardando

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2) Quais as interações entre, de um lado, uma grande cultura<br />

globalizante e potencialmente homogeneizante, que alguns<br />

autores supõem representada pelas grandes corporações<br />

(Chomsky, 1999; Giddens, 2000; Klein, 1999; Ritzer, 2000, 2009)<br />

e, de outro, a permanência de tradições culturais e culturas híbridas<br />

(Appadurai, 1996; García-Canclini, 1998)? Ou seja, como<br />

se dá a relação entre essas duas forças, aquela que nos impulsiona<br />

em direção a uma suposta unificação de hábitos, gostos e<br />

práticas, e aquela que faz com que as culturas mantenham suas<br />

especificidades e seu hibridismo, às vezes até exportando esses<br />

aspectos locais para os grandes “centros” culturais mundiais?<br />

3) Como os indivíduos que trabalham dentro dessas mesmas<br />

empresas transnacionais instrumentalizam a visualidade, a importância<br />

da comunicação visual e da aparência? Utilizamos o<br />

termo “aparência”, aqui, tanto no sentido de aparência pessoal,<br />

quanto no sentido de uma forma de comunicação interindividual<br />

onde os indivíduos em questão se comunicam, para além<br />

do diálogo verbal, também por meio do diálogo visual (Mirzoeff,<br />

1998, 1999). Isso, por sua vez, coloca a pergunta: como essa centralidade<br />

da imagem no mundo contemporâneo funciona dentro<br />

dessas grandes empresas?<br />

4) Decidimos aprofundar estas questões olhando para um setor<br />

que atua diretamente na produção dos modelos visuais/imagéticos<br />

que definem a aparência dessa pessoa globalizada: o setor<br />

que podemos chamar, em linhas gerais, de indústria da aparência<br />

(cosméticos e afins) e que movimenta mais de 200 bilhões de<br />

dólares anualmente. Nossa hipótese é que, se a cultura é visual<br />

tanto quanto é falada (e que, portanto, a interculturalidade se dá<br />

na esfera da imagem tanto quanto da fala), é importante olhar<br />

para a produção dessas visualidades.<br />

A questão da interculturalidade, portanto, adquire novos contornos<br />

quando se introduz os elementos da imagem e da visualidade<br />

na análise. É possível afirmar que, em linhas muito gerais, estudos sobre<br />

interculturalidade muitas vezes têm privilegiado falas e discursos<br />

(Barbosa, 2009) mais do que imagens e comunicação visual. A pesquisa<br />

aqui rapidamente descrita pretende, dentre outras coisas, avançar<br />

na direção de uma noção de interculturalidade que seja tão visual<br />

quanto discursiva.<br />

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