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isbn_aguardando

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O caso da indústria da aparência é, nesse sentido, particularmente<br />

útil como foco de análise, pois, embora muitos países e, por que não<br />

dizer?, muitas localidades tenham suas próprias micro e pequenas empresas<br />

de produtos voltados para a aparência pessoal (tais como cosméticos<br />

e produtos de higiene), o setor é cada vez mais dominado por<br />

grandes conglomerados globais (Jones, 2010). Isto se dá pelo crescimento<br />

desenfreado do setor em anos recentes, mas também pelas crescentes<br />

fusões e aquisições por meio das quais as grandes corporações do mercado<br />

de cosméticos vêm, cada vez mais, englobando suas concorrentes<br />

menores (Jones, 2010). Assim, pode-se dizer que o setor emprega cada<br />

vez mais pessoas de cada vez mais nacionalidades e, ao mesmo tempo,<br />

vende cada vez mais produtos para consumidores, também, de cada vez<br />

mais nacionalidades (Jones, 2010; Tungate, 2011). A questão da interculturalidade,<br />

nessa medida, se torna então quase autoexplicativa.<br />

INTERCULTURALIDADE, CULTURA E IMAGEM<br />

A problemática por trás de toda esta discussão, então, é a da interculturalidade<br />

no âmbito das empresas globais, enfocando aqui um<br />

tipo específico de empresas. Interculturalidade, nas empresas, pode ser<br />

pensada como um conjunto de entendimentos voltados para a ação (de<br />

gestores, mas também de funcionários, por tabela) com vistas à atuação<br />

dos negócios em um mundo globalizado (Barbosa; Veloso, 2009, p.<br />

162). Ela é instrumentalizada, nas empresas transnacionais, com vistas<br />

e melhorar o diálogo e o contato cultural entre os diferentes, num contexto<br />

multicultural. Isto se dá, muitas vezes, por meio de treinamentos<br />

interculturais e afins: ensina-se às pessoas como lidar com os “outros<br />

culturais” com quem convivem. Uma coisa que todos esses treinamentos<br />

e outras ferramentas têm em comum, geralmente, é que são sempre<br />

fundamentados no diálogo e na comunicação verbal ( fala, textos etc.).<br />

Ou seja, seu pressuposto subjacente é que é possível conhecer<br />

o outro, aprender a lidar com o outro, a partir de um discurso sobre e<br />

para o outro, e a partir do que ele ou ela diz sobre si mesmo/a e do que<br />

dizemos sobre ele ou ela. Em outras palavras, trata-se de uma visão de<br />

cultura onde os significados estão no elemento verbal, nos significados<br />

que podem ser apreendidos via comunicação oral. Diálogo, aqui, é<br />

diálogo oral, verbal.<br />

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