isbn_aguardando
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próprio, mas também a própria empresa e os produtos que ela produz<br />
e comercializa. Nesse sentido, é importante o fato de estarmos, sim, detectando<br />
uma preocupação constante e reforçada, com a imagem, tanto<br />
da parte de gestores quanto de funcionários, manifesta em sugestões<br />
aos colaboradores, mas também em códigos e, por vezes, até regras visando<br />
à produção de uma certa imagem pessoal.<br />
Há regras, ou pelo menos “dicas” bem definidas, por exemplo,<br />
sobre o que se pode vestir, embora isto seja comum em muitas empresas<br />
de outros setores. Mas também há, nas empresas que estamos<br />
estudando (as quais, em sua maioria, são grandes corporações globais<br />
que atuam nos três países que compõem nosso campo de pesquisa),<br />
indicativos de como se devem apresentar, gestores e funcionários, no<br />
que diz respeito aos cabelos e à maquiagem. Por vezes, as orientações<br />
se estendem até aos perfumes que podem ou não ser utilizados, seja<br />
por gestores, seja por funcionários 4 .<br />
Esses códigos e essas regras têm a ver, claro, com a cultura mais<br />
ampla que origina cada uma dessas empresas. Percepções sobre o que é<br />
uma “boa aparência”, sobre beleza e o que significa ser belo (ou bela) são<br />
construções culturais e sociais que variam no tempo e no espaço (Jones,<br />
2010). Ainda hoje, em tempos de globalização, o que é considerado belo<br />
num país pode não ser bem visto em outro: um exemplo é a preferência<br />
por uma pele “branca como a neve” na China, enquanto que no Brasil<br />
o tom bronzeado costuma ser mais comumente considerado como um<br />
ideal de beleza a ser atingido (Jones, 2010). Mas, como estamos tratan-<br />
4<br />
Nossos estudos têm se concentrado, por enquanto, em três das maiores empresas<br />
do setor, as quais, em sua maioria, detêm uma série de outras empresas<br />
e marcas, geralmente adquiridas via fusões e aquisições: L’Óreal (que detém,<br />
além da marca própria, marcas de luxo como Lancôme e Yves Saint Laurent,<br />
marcas de dermocosméticos como La Roche Posay e Vichy, marcas “alternativas”<br />
como The Body Shop, e marcas populares como Maybelline), Éstee Lauder<br />
(que congrega marcas como Clinique e MAC) e Shiseido (que inclui, em seu<br />
portfólio, a própria marca Shiseido, considerada de luxo, a marca “cult” de maquiagem<br />
Nars, e a marca Bare Minerals). Por enquanto, nosso estudo está concentrado<br />
em materiais disponíveis via internet e outros materiais impressos;<br />
num momento posterior pretendemos expandir o estudo realizando entrevistas<br />
com gestores e funcionários.<br />
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