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ção do mapeamento, as entidades do movimento sindical e do<br />

movimento negro indicaram o Ceert como consultor do projeto,<br />

embora a Febraban tivesse sugerido a contratação do Instituto<br />

Ethos. Além disso, foi instituído um Grupo de Trabalho para<br />

acompanhar o projeto. Por determinação, o GT seria composto<br />

pelo MPT, pela OIT, pelo Ipea, pela Contraf-CUT, pelo Inspir,<br />

pelo Ceert, pelo Educafro e mais outras ONGs ligadas ao movimento<br />

negro. Mas foi preciso suor e lágrimas pra que a gente<br />

conseguisse instituir esse GT, foi com muito esforço mesmo.<br />

Os bancos não queriam que houvesse esse acompanhamento.<br />

Eles não construíram esse mapa de livre e espontânea vontade.<br />

Foi preciso muita articulação da categoria dos bancários para<br />

que a coisa chegasse ao ponto em que chegou: de os banqueiros<br />

aceitarem a realização de um recenseamento do setor. Mas eles<br />

não vão falar da pressão social, não vão falar que existiu antes<br />

o “Rosto dos bancários”, que já dizia as mesmas coisas que se<br />

repetem agora. O que vai pra mídia é uma coisa, o que nós vivemos<br />

foi outra bem diferente. Ou seja, os bancos vão contar essa<br />

história do jeito deles. E nós teremos que fazer a nossa parte. Se<br />

não, vamos perder mais de dez anos de luta!<br />

Poderíamos indagar quais dessas duas narrativas é a verdadeira.<br />

A colocação da coordenadora de uma ONG proveniente do movimento<br />

negro que entrevistei, em resposta à minha pergunta sobre o que leva<br />

o mundo empresarial a produzir um discurso sobre diversidade, foi taxativa:<br />

“Não tenho nenhuma dúvida de que o interesse pela diversidade<br />

demonstrado pelas empresas é uma resposta às pressões dos movimentos<br />

sociais”. Outro ativista do movimento negro com quem conversei<br />

ironizou, afirmando que se trata daquela velha história: “é melhor você<br />

ceder os anéis do que perder os dedos”. Ademais, formulei essa mesma<br />

pergunta numa conversa com uma representante da OIT. A sua resposta<br />

foi bem clara. “O que motiva as empresas é a pressão social intensa,<br />

transnacional inclusive”. Ela ressaltou que esse tema tem sido pauta da<br />

agenda política internacional e as companhias precisaram dar respostas.<br />

Relembrou que no Brasil o MPT travou “uma disputa violenta com<br />

os bancos”. Destacou que o movimento sindical já havia iniciado essa<br />

disputa e o Ministério Público deu continuidade. Ponderou então que<br />

existe uma complexidade nessa história. Apresentou seu ponto de vista<br />

da seguinte forma: “As empresas não podem reconhecer que sua condu-<br />

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