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negociar com base nas semelhanças e diferenças de modo a atingir uma<br />

plataforma que pode não ser comum, mas que respeita ambos os lados”,<br />

afirma Ferrari (2011b, p. 8). Portanto, a comunicação no seu sentido etimológico<br />

de “partilha”, “troca” e “comunhão” só pode ser efetivada diante<br />

do reconhecimento das diferenças e do estabelecimento de uma base<br />

compartilhada de significados.<br />

Consideramos também a comunicação intercultural como a troca<br />

de informação e interação entre indivíduos de diferentes culturas<br />

(Rodrigo Alsina, 2004, 2015; Hofstede, 1997; Rogers e Steinfatt; 1999).<br />

Assim, da perspectiva norte-americana utilizamos os conceitos que,<br />

de acordo com Rogers e Steinfatt (1999), explicam as raízes da comunicação<br />

intercultural e estão relacionados aos estudos no campo da sociologia<br />

desenvolvidos por representantes da Escola de Chicago entre<br />

1915 e 1935. Influenciados pelo conceito de “estrangeiro” (outsider) do<br />

sociólogo alemão Georg Simmel, esses pesquisadores estudaram outros<br />

elementos importantes que interferem no processo de comunicação intercultural<br />

e serão apresentados a seguir.<br />

O ESTRANGEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS CONCEITUAIS<br />

Georg Simmel (apud Rogers e Steinfatt, 1999) define o estrangeiro<br />

(outsider) como o indivíduo que é membro de um sistema, mas que<br />

não está totalmente ligado a esse sistema. Ou seja, o estrangeiro está ao<br />

mesmo tempo próximo e distante do grupo de que participa. McEntee<br />

(apud Fernández Collado, 2008) metaforicamente compara o estrangeiro<br />

ao lobo no meio de muitos leões, a uma águia no ninho de pássaros ou<br />

até mesmo a uma rosa em um jardim de tulipas. Embora sejam da mesma<br />

espécie com semelhanças gerais, o lobo, a águia e a rosa apresentam<br />

diferenças particulares que os tornam singulares no grupo.<br />

A objetividade derivada do conceito de estrangeiro enfatiza a vantagem<br />

de uma pessoa que é de fora de um determinado sistema a compreendê-lo<br />

e analisá-lo com mais clareza. Park trouxe esse conceito para<br />

a pesquisa social, na qual deveria manter a objetividade sobre o objeto<br />

pesquisado (Rogers; Steinfatt, 1999).<br />

A distância social, de acordo com Park (apud Rogers e Steinfatt,<br />

1999) está relacionada com a forma como um indivíduo percebe a falta<br />

de intimidade com pessoas de diferentes etnias, raças, religião, ocupa-<br />

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