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O<br />

Brasil vive, atualmente, um momento de lutas e mobilizações de<br />

minorias e movimentos sociais visando ao reconhecimento de<br />

direitos culturais relacionados, dentre outros, às identidades de<br />

gênero, às identidades étnicas e à classe social. Nesse cenário, o multiculturalismo,<br />

a interculturalidade e a comunicação intercultural situam-<br />

-se como noções relevantes para a compreensão da diversidade cultural<br />

que vem reconfigurando as dinâmicas contemporâneas da sociedade<br />

brasileira e ao mesmo tempo ganhando ampla visibilidade midiática.<br />

Neste artigo, tomo como ponto de partida quatro cenários específicos<br />

relacionados a essas demandas e políticas das minorias por<br />

reconhecimento, para refletir sobre como esses cenários impõem à<br />

sociedade brasileira e, especificamente, aos contextos organizacionais<br />

desafios relacionados ao multiculturalismo, à interculturalidade e à comunicação<br />

intercultural. Esses quatro cenários abrigam revindicações<br />

específicas ligadas às relações de gênero (movimentos LGBT, violência<br />

de gênero etc.), às lutas pela igualdade racial dos afrodescendentes e indígenas<br />

(muitas das quais traduzidas em ações afirmativas), às demandas<br />

oriundas das migrações transnacionais para o Brasil, que se intensificaram<br />

a partir de 2008, e à revitalização do debate em torno da classe<br />

social, especialmente em torno da chamada “nova classe média”.<br />

Iniciamos, então, descrevendo brevemente esses quatro cenários<br />

para, em um segundo momento, retomarmos a trajetória dos conceitos<br />

de multiculturalismo e interculturalidade, além de propormos algumas<br />

possibilidades de que as práticas das organizações possam se orientar<br />

por uma comunicação intercultural em consonância com os desafios<br />

trazidos pelas demandas relacionadas à diversidade cultural que constituem<br />

esses novos cenários.<br />

OS QUATRO CENÁRIOS SOCIOCULTURAIS<br />

Em um primeiro cenário – aquele que diz respeito às demandas<br />

e lutas vinculadas às relações de gênero – inserem-se os esforços dos<br />

movimentos sociais pelo questionamento de uma heteronormatividade<br />

baseada no modelo heterossexual, familiar e reprodutivo, visando à<br />

afirmação e ao reconhecimento dos diferentes posicionamentos de gênero<br />

e ao direito do exercício, dentre outros, da homossexualidade, da<br />

transgeneridade ou, ainda, das uniões e famílias homoafetivas. No es-<br />

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