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senvolvimento deste texto, consideraremos o que tem se chamado na<br />

literatura de “novo ativismo”, que passa necessariamente pela atuação<br />

na internet. Talvez esse termo não dê conta de outras formas de luta<br />

social, mas aqui nosso olhar se volta para aquelas lutas que acontecem<br />

nesse insólito lugar, do entrecruzamento entre a internet e a rua. Se<br />

este é um lugar que se realiza materialmente e que é conhecido dos<br />

novos ativistas, buscamos compreendê-lo melhor a seguir.<br />

ESPAÇO MULTITERRITORIALIZADO E TRANSCULTURALIDADE<br />

Espaço, território e lugar são termos para os quais precisamos<br />

atentar quando falamos do “novo ativismo” ou de ativismo na internet.<br />

Para Suely Fragoso, Rebeca R. Rebs e Ludmila Barth (2011, p. 2), “espaço”<br />

faz referência a “acepções genéricas”, a exemplo de “espaço geográfico”,<br />

“espaço físico” etc. Já “lugar” teria uma caracterização identitária mais<br />

claramente situada, enquanto território é compreendido pelas autoras<br />

“a partir de desdobramentos da construção identitária relativa a um<br />

lugar, que resultam em sentimentos de posse ou pertença”. Esse sentimento<br />

de pertença, ainda de acordo com as autoras, é acompanhado de<br />

regras que caracterizam a apropriação do lugar por aqueles que o dominam<br />

e que podem impedir o acesso de outras pessoas e grupos, dentro<br />

do que compreendemos serem as fronteiras que limitam esse “lugar”.<br />

Assim, por mais que não se trate de sinônimos, espaço, lugar e<br />

território não podem ser compreendidos de forma dissociada, já que, segundo<br />

as autoras, a “materialidade dos espaços se organiza em lugares<br />

caracterizados geograficamente (por seus limites, não necessariamente<br />

materiais) e simbolicamente (por sua identidade e historicidade)”.<br />

Dessa forma as relações estabelecidas pelas pessoas com os lugares<br />

conduziriam à territorialidade, que pode ser traduzida em sentimento<br />

de pertença relativo ao lugar.<br />

Considerando o cenário globalizado em que vivemos, cujo principal<br />

efeito a superação dos planos territoriais espaciais, temos, portanto,<br />

necessariamente, novas relações das pessoas com os lugares, o que podemos<br />

compreender que levaria ao estabelecimento de outras relações<br />

de pertencimento. Para Mohamed Elhajji (2011, on-line), o que se vê é o<br />

surgimento de modalidades culturais e referenciais identitários com extensões<br />

transnacionais. “Ainda que não seja regra absoluta, no contexto<br />

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