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acionistas”. Mas apresentação se encerra num tom contemporizador: “A<br />

proposta aqui é a de inspirar ações”.<br />

Quatro anos mais tarde, o Instituto Ethos publica um novo documento<br />

concernente à questão racial: O compromisso das empresas com<br />

a promoção da igualdade racial (Ethos, 2006). A julgar pelo seu título,<br />

a proposta desse material não era mais “simplesmente” inspirar ações,<br />

como dito na apresentação do documento anterior. O texto de apresentação<br />

começa com a afirmação de que “o sucesso e a sustentabilidade<br />

dos negócios dependem não apenas de produtividade e competitividade,<br />

mas também, e cada vez mais, do compromisso social da empresa<br />

com seus públicos de interesse”. Prossegue destacando que “um dos<br />

aspectos mais visíveis desse compromisso é a promoção da diversidade<br />

e da equidade”, ressaltando que isto “pressupõe a representação<br />

proporcional nos quadros da empresa de todos os grupos presentes na<br />

sociedade e oportunidades iguais para todos e todas”. Nesse sentido,<br />

reconhece a importância de se sensibilizar os dirigentes empresariais<br />

para “a adoção da diversidade racial”. Destaca então que “com esse objetivo”<br />

o Ethos “aceitou o desafio de discutir amplamente a questão, levantar<br />

o que está sendo feito e propor soluções”. Sendo assim, convidou<br />

“vários especialistas em diversidade e representantes de organizações<br />

relacionadas ao movimento negro”. Conclui afirmando o propósito do<br />

documento: “fomentar a discussão do problema no meio empresarial e<br />

mostrar, por meio de propostas consistentes, que é possível superá-lo”.<br />

Mas quais seriam essas propostas? A seção “Recomendações<br />

para a promoção da igualdade racial nas empresas” que aparece ao final<br />

(Ethos, 2006, p. 87-90) traz uma lista extensa e detalhada, com vinte<br />

itens. Não é possível retomá-los aqui. Mas gostaria de pinçar um que<br />

interessa especialmente aos propósitos deste capítulo. Trata-se da sugestão<br />

de “contratação específica de consultoria de recursos humanos<br />

com foco ou abertura para lidar com a questão racial”. Ela remete aos<br />

consultores em gestão da diversidade. Esses são agentes centrais na recepção<br />

para o Brasil dessa tecnologia gerencial própria da cultura transnacional<br />

de negócios, uma vez que tiveram um importante papel na<br />

tradução dos discursos produzidos no âmbito da agenda sociopolítica<br />

nos termos de uma linguagem empresarial. Durante a minha pesquisa<br />

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