23.04.2013 Views

CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

96<br />

<strong>CRISE</strong> <strong>DE</strong> <strong>CONSCIÊNCIA</strong><br />

duvido seriamente que Nathan teria concordado com as severas<br />

medidas que mais adiante viriam do corpo coletivo que herdou sua<br />

autoridade presidencial.<br />

Posso compreender seus sentimentos e reação, já que servi durante<br />

muitos anos como superintendente de filial em Porto Rico e na<br />

República Dominicana, onde se esperava que eu fosse, segundo o<br />

ponto de vista prevalecente da organização, “homem da dianteira” no<br />

país, representante pessoal do presidente. Meus esforços em agir de<br />

acordo com este ponto de vista faziam-me constantemente ciente da<br />

“posição” e da necessidade de defender essa “posição”. Entretanto,<br />

descobri através da dura experiência que tentar viver à altura desse<br />

conceito organizacional não contribuía para relações agradáveis com<br />

outros e que isso tornava minha própria vida desagradável; as<br />

contradições geradas não eram algo com que me sentisse de algum<br />

modo naturalmente ajustado e, depois de pouco tempo, simplesmente<br />

desisti de tentar imitar o que vira na sede. Conseqüentemente, a minha<br />

vida se tornou muito mais agradável e percebi um efeito geral muito<br />

mais produtivo e proveitoso.<br />

As últimas palavras mencionadas do presidente provaram-se quase<br />

proféticas. Na ocasião em que foram ditas, ele já tinha desenvolvido,<br />

evidentemente, um tumor maligno em seu cérebro, apesar deste fato só<br />

ser revelado depois que a reorganização veio a ser definitivamente um<br />

fato consumado, dando-se sua conclusão oficialmente no dia 1º de<br />

janeiro de 1976, e a morte de Knorr ocorrendo um ano e meio depois,<br />

em 8 de junho de 1977.<br />

A oposição bastante expressiva do presidente foi igualada, e talvez<br />

até ultrapassada, pela do vice-presidente. No programa de formatura da<br />

missionária Escola de Gileade em 7 de setembro de 1975, assistido<br />

pelos membros da Família de Betel e convidados (principalmente<br />

parentes e amigos dos formandos), o vice-presidente deu um discurso,<br />

destaque costumeiro de todo programa de formatura.<br />

Fred Franz usava um estilo inimitável, freqüentemente dramático<br />

(até melodramático) de falar. O que segue é extraído de uma<br />

reprodução exata do seu discurso, mas as palavras escritas não podem<br />

transmitir as inflexões, o espírito, o “sabor”, até o sarcasmo ocasional,<br />

expressos no decorrer do próprio discurso.<br />

Suas palavras iniciais dão uma indicação clara quanto aonde seu<br />

discurso pretendia chegar. Tendo em mente que a comissão

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!