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CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

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<strong>CRISE</strong> <strong>DE</strong> <strong>CONSCIÊNCIA</strong><br />

Escrituras fora de um ponto de vista completamente sectário, uma<br />

armadilha contra a qual eu pensava estar protegido. Ao deixar que as<br />

Escrituras falassem por si mesmas — sem ser primeiro afuniladas por<br />

alguma agência humana falível como forma de “canal” — descobri<br />

que se tornavam imensamente mais significativas. Fiquei espantado<br />

com o quanto de seu sentido eu tinha deixado de perceber.<br />

A questão era: o que devo fazer agora? Os meus anos no Corpo<br />

Governante, as coisas que ouvi dizer nas suas reuniões e fora delas, o<br />

espírito que observei ser basicamente demonstrado, levaram-me<br />

gradativamente a reconhecer que, com respeito à organização, o ‘odre<br />

tinha envelhecido’, tinha perdido toda a flexibilidade que possa alguma<br />

vez ter tido, e estava endurecendo sua cerviz contra qualquer correção<br />

das Escrituras, tanto com relação às crenças doutrinais como em<br />

relação a seus métodos de lidar com aqueles que se voltavam para ela<br />

em busca de orientação. 1 Eu achava, e ainda acho, que havia muitos<br />

homens bons no Corpo Governante. Numa ligação interurbana, uma<br />

ex-Testemunha me disse: “Fomos seguidores de seguidores.” Outra me<br />

disse: “Fomos vítimas de vítimas.” Creio que ambas as declarações são<br />

verdadeiras. Charles Taze Russell seguia as concepções de certos<br />

homens do seu tempo, era vítima de alguns dos mitos que eles<br />

propagavam como “verdade revelada”. Cada parte sucessiva da<br />

liderança organizacional tem seguido o mesmo rumo, agregando às<br />

vezes, mito adicional em apoio ao mito original, ou fazendo uma<br />

reedição dele. Em vez de rancor, sinto tão-somente piedade por estes<br />

homens que conheço, pois eu fui, assim como eles, uma “vítima de<br />

vítimas”, um “seguidor de seguidores”.<br />

Embora cada ano no Corpo Governante, particularmente de 1976<br />

em diante, se tornasse para mim sempre mais difícil e tenso, eu me<br />

apegava à esperança de que as coisas ainda melhorariam. Com o<br />

tempo, fui obrigado a reconhecer que esta era uma esperança sem o<br />

apoio de evidências.<br />

Não que eu fosse contrário à autoridade. Eu era contrário aos<br />

extremos a que esta era levada. Não podia acreditar que Deus tivesse<br />

jamais o propósito de que homens exercessem um controle autoritário<br />

tão intrínseco nas vidas dos co-membros da congregação cristã. O meu<br />

entendimento era que Cristo outorga autoridade em sua congregação<br />

1 Compare com as palavras de Jesus em Lucas 5:37-39.

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