23.04.2013 Views

CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

28<br />

<strong>CRISE</strong> <strong>DE</strong> <strong>CONSCIÊNCIA</strong><br />

O vice-presidente da Sociedade, Fred Franz, era tido como o principal<br />

erudito bíblico da organização. Em várias ocasiões, fui ao escritório dele<br />

para tirar algumas dúvidas. Para minha surpresa, ele me dirigia com<br />

freqüência para comentários da Bíblia, dizendo, “Por que você não vê o<br />

que diz Adam Clarke ou o que diz Cooke” ou, se a matéria se relacionava<br />

primariamente com as Escrituras Hebraicas, “o que dizem os comentários<br />

de Soncino?” A nossa biblioteca em Betel continha estantes e mais<br />

estantes cheias de tais comentários. Já que eram produzidos por eruditos<br />

de outras religiões, eu não lhes dera, entretanto, muita importância e,<br />

juntamente com outros no departamento, sentia certa hesitação, até<br />

desconfiança, quanto a usá-los. Como dizia muitas vezes Karl Klein, um<br />

antigo membro do Departamento de Redação, de modo muito vulgar,<br />

usar estes comentários era como “sugar as tetas de Babilônia, a<br />

Grande”, o império da religião falsa, de acordo com a interpretação da<br />

Sociedade da grande meretriz de Revelação (Apocalipse). 23<br />

Entretanto, quanto mais buscava informação nestes comentários,<br />

mais profundamente impressionado eu ficava com a firme crença na<br />

inspiração divina das Escrituras expressa pela vasta maioria. Ficava<br />

ainda mais um tanto impressionado pelo fato de que, apesar de alguns<br />

terem sido escritos há tanto tempo quanto no século dezoito, a<br />

informação era geralmente muito valiosa e exata. Não pude deixar de<br />

compará-los com as nossas próprias publicações que, muitas vezes no<br />

espaço de poucos anos, se tornavam “obsoletas” e deixavam de ser<br />

publicadas. Não que eu achasse que esses comentários fossem<br />

absolutamente livres de erro; mas o que neles havia de bom parecia<br />

certamente superar os pontos ocasionais que eu achava estarem<br />

errados.<br />

Quando os tópicos “Homem Mais Maduro [Ancião]” e<br />

“Superintendente” me foram designados, a pesquisa das Escrituras em<br />

si tornou logo evidente que a forma de supervisão congregacional que<br />

empregávamos não estava em harmonia com os arranjos do primeiro<br />

século. (Não tínhamos corpos de anciãos em nossas congregações; um<br />

homem em cada congregação era o único “superintendente”.) Meio<br />

perturbado, abordei meu tio com a evidência. Mais uma vez, sua<br />

resposta pegou-me de surpresa. Disse ele: “Não procure entender o que<br />

23 Achava difícil de crer que estivesse falando tão seriamente como dava a entender,<br />

já que ele mesmo fazia uso dos comentários e sabia que Fred Franz os usava com<br />

bastante freqüência.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!