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CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

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O Corpo Governante<br />

decisão de que o casal estava sujeito à desassociação. Isto ficou, daí por<br />

diante, estabelecido como uma regra formalmente publicada, aplicável a<br />

quaisquer pessoas que se envolvessem voluntariamente em práticas<br />

similares. 9<br />

A matéria publicada foi entendida e aplicada de tal forma que os<br />

casados se sentiam geralmente obrigados a relatar aos anciãos se existia<br />

ou se se desenvolveu tal prática em seu casamento, quer por<br />

consentimento mútuo quer por iniciativa só de um dos parceiros. (No<br />

último caso, esperava-se que o cônjuge que não deu início ao ato se<br />

apresentasse e transmitisse esta informação aos anciãos, caso o cônjuge<br />

que tomou a iniciativa não estivesse disposto a fazê-lo.) Deixar de prestar<br />

a informação era geralmente visto como sinal duma atitude impenitente e<br />

como pesando em favor da desassociação. A crença de que a<br />

desassociação separa alguém da única organização onde pode ser<br />

encontrada a salvação, bem como de amigos e parentes, exerce uma<br />

tremenda pressão sobre a pessoa para que se submeta à regra, não<br />

importando quão difícil possa ser confessar (ou relatar) aos anciãos.<br />

A decisão do Corpo Governante em 1972 resultou num considerável<br />

número de “audiências judicativas” à medida que os anciãos investigavam<br />

os relatórios ou confissões das práticas sexuais envolvidas. As mulheres<br />

sofriam uma vergonha aflitiva em tais audiências ao responderem às<br />

perguntas dos anciãos sobre as intimidades de suas relações maritais.<br />

Muitos casamentos, em que um dos cônjuges não era Testemunha,<br />

passaram por um período turbulento, com o cônjuge que não era<br />

Testemunha protestando veementemente contra o que considerava uma<br />

invasão imprópria da privacidade do leito conjugal. Alguns casamentos se<br />

romperam, resultando em divórcio. 10<br />

Recebeu-se um volume sem precedente de correspondência durante<br />

um período de cinco anos, a maior parte dela questionando a base<br />

bíblica de tal intromissão na vida particular dos outros por parte dos<br />

membros do Corpo Governante e alegando incapacidade de<br />

compreender a validade dos argumentos propostos de forma impressa<br />

9<br />

Veja A Sentinela de 1º de novembro de 1973, páginas 670 e 671; também a de 1º de<br />

maio de 1973, página 287.<br />

10<br />

Num memorando dirigido ao Corpo Governante, datado de 9 de agosto de 1976,<br />

um membro do pessoal da sede, que cuida da correspondência, relata: “Houve<br />

muitos e muitos problemas em resultado da posição adotada, muitas vezes quando<br />

há um marido incrédulo [significando uma não-Testemunha]. Esposas têm se<br />

recusado a permitir que tais maridos as estimulem desta maneira ou a estimulá-los<br />

desta maneira. Em conseqüência disso, casamentos foram destruídos.”<br />

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