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CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

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Momento da Decisão<br />

maneira ficou sabendo da investigação do Departamento de Redação.”<br />

Repliquei: “Você me perguntou?” “Não”, foi sua resposta. “Se você<br />

tivesse perguntado, eu lhe teria dito sem hesitação. Ed Dunlap me<br />

telefonou e fez menção dela.” Pouco depois, Karl Klein, outro membro<br />

do Comissão do Presidente, reconheceu sorrindo que “Não fomos<br />

totalmente francos com Ray”, e acrescentou que “se René Vasquez<br />

tivesse respondido às perguntas da maneira como Ray fez, ele não teria<br />

sido desassociado”. Já que nem Karl, nem qualquer outro membro de<br />

todo o Corpo Governante havia feito esforço algum para falar com<br />

René, para assistir à primeira entrevista “investigativa” feita com ele,<br />

ou à primeira audiência judicativa com ele, ou à audiência de apelação<br />

com ele, eles só podiam julgar as respostas dele pelos relatórios que<br />

lhe foram passados por aqueles que realizaram tais diligências por eles.<br />

Como achavam eles que podiam julgar ou fazer uma avaliação com<br />

base em tais informações de segunda-mão? Isto eu não podia<br />

compreender. A Comissão do Presidente, da qual Karl Klein fazia<br />

parte, estivera disposta a tirar tempo para reunir-se com os acusadores,<br />

para ouvir as acusações apresentadas, inclusive o depoimento adverso<br />

dado pelo casal Godínez e por Bonelli, mas seus membros não tinham<br />

achado tempo para conversar com um só dos acusados. Acho difícil<br />

ver nisto uma expressão exemplar do amor fraternal, do sentimento de<br />

companheirismo ou compaixão.<br />

A maioria dos integrantes do Corpo simplesmente ficou sentada<br />

escutando, sem fazer nenhuma pergunta, nenhum comentário. Depois<br />

de duas ou três horas (eu estava tão afetado emocionalmente que não<br />

me dei conta do tempo), fui informado de que podia deixar o salão de<br />

conferências e que eles entrariam em contato comigo. Fui para meu<br />

escritório e esperei. Chegou o meio-dia e, ao olhar pela janela, vi os<br />

membros do Corpo Governante caminharem através do jardim em<br />

direção ao refeitório. Não tinha nenhuma vontade de comer e continuei<br />

esperando. Às três horas da tarde, eu me sentia tão esgotado que não<br />

agüentei continuar lá e fui para meu quarto. As semanas anteriores, a<br />

conversa telefônica com o presidente do Corpo e o choque que me<br />

sobreveio ao descobrir quão enganosa tinha sido esta, a angústia<br />

expressa na infinidade de chamadas telefônicas dos que estavam sendo<br />

submetidos a intenso interrogatório e pressão, a rapidez e a<br />

inflexibilidade das desassociações que se seguiram e, acima de tudo, o<br />

contínuo silêncio por parte do Corpo Governante quanto a informar-me<br />

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