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CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

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<strong>CRISE</strong> <strong>DE</strong> <strong>CONSCIÊNCIA</strong><br />

dizendo exatamente o contrário. (Para informação adicional, veja o<br />

Apêndice.)<br />

Já que eles sabiam deste arranjo, alguns membros do Corpo<br />

Governante talvez tenham ficado inclinados a aceitar o pagamento de<br />

suborno por documentos falsificados como não estando tão fora dos<br />

limites da diretriz geral para as Testemunhas de Jeová nesse país. Isto<br />

talvez explique, em parte, como eles podiam, enquanto isso, falar tão<br />

inflexivelmente contra “transigência” em outros países. Parece<br />

evidente que, na mente de alguns membros, não se trata de uma<br />

questão de critério duplo. Essa é a norma: fazer o que quer que a<br />

organização decida e aprove. A organização tomou decisões com<br />

relação ao México e à prática de suborno lá, deixando-a a cargo da<br />

consciência individual e, portanto, isso é aceitável, um homem pode<br />

pagar tal suborno por um certificado militar e ainda ser usado nas<br />

maiores responsabilidades, sem nenhuma necessidade de preocupação<br />

especial diante de Deus por parte dos que dirigem a obra lá. A<br />

organização decidiu de modo diferente com relação ao serviço<br />

alternativo (como fez também com relação à situação em Malaui), e,<br />

portanto, qualquer homem que deixe de seguir essa decisão é indigno<br />

de ocupar absolutamente qualquer cargo na congregação, é de fato um<br />

violador da integridade para com Deus.<br />

Eu não conseguia então entender como cristãos podiam adotar tal<br />

ponto de vista e nem consigo entender agora. Para mim, isso fez com<br />

que todos os apelos impetuosos, quase estridentes, de alguns, para que<br />

se ‘mantivessem limpos do mundo’ soassem vazios, como pura<br />

retórica, como linguagem impressionante que não se ajustava à<br />

realidade. Não podia, de maneira alguma, identificar-me com o<br />

raciocínio que admitia tais expressões a despeito de fatos que eram<br />

bem conhecidos por todos os membros que proferiam e ouviam essas<br />

declarações.<br />

Vivi em países latino-americanos por quase vinte anos e não paguei<br />

nenhum suborno. Mas sei muito bem que existem alguns lugares, não<br />

só na América Latina, mas em várias partes da terra, onde, apesar de a<br />

lei estar do seu lado e de aquilo que você procura ser perfeitamente<br />

legal, é quase impossível resolver certas coisas sem dar dinheiro a um<br />

funcionário que não tem o direito de recebê-lo. Não é difícil ver que<br />

uma pessoa, confrontada com esta situação, possa encará-la como uma<br />

forma de extorsão, como até nos tempos bíblicos, cobradores de

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