23.04.2013 Views

CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

CRISE DE CONSCIÊNCIA - PORTUGUÊS

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

346<br />

<strong>CRISE</strong> <strong>DE</strong> <strong>CONSCIÊNCIA</strong><br />

feitas por um homem que, ao ser abordado, ofereceu-se rapidamente<br />

para tornar-se ‘testemunha de acusação’, depondo contra um coancião.<br />

Eram pessoas que eu desconhecia totalmente. 31<br />

Não teria sido impróprio a sede ter feito pelo menos alguma<br />

investigação do assunto em resultado da informação que lhe foi trazida<br />

à atenção. Fazer isso teria sido inteiramente natural. Se eles criam que<br />

aquilo que ensinavam era a verdade da parte de Deus, estaria errado<br />

deixar de fazê-lo.<br />

O que acho muito difícil de entender e harmonizar com as<br />

Escrituras é a maneira em que se fez isto, a reação precipitada, a<br />

pressa, os métodos empregados — como encobrir e reter informações<br />

de pessoas cujos interesses vitais estavam intimamente envolvidos,<br />

cuja reputação estava em jogo, as abordagens ardilosas empregadas<br />

para conseguir informação prejudiciais, a coação por meio da ameaça<br />

de desassociação a fim de conseguir “cooperação” na obtenção de<br />

evidência incriminante — e, acima de tudo, o espírito demonstrado, o<br />

despotismo opressivo, o tratamento insensível e legalista, e a<br />

severidade das ações tomadas. Quaisquer que tenham sido as<br />

declarações insensatas feitas por alguns dos que foram ‘submetidos a<br />

julgamento’, acho que os fatos mostram que foram ultrapassadas em<br />

muito pelos meios usados ao tratar do assunto.<br />

Como na Inquisição, todos os direitos estavam nas mãos dos<br />

inquisidores, os acusados não tinham nenhum. Os investigadores<br />

achavam que tinham o direito de fazer qualquer pergunta e, ao mesmo<br />

tempo, de recusar-se a responder às perguntas que lhes eram<br />

formuladas. Insistiam em manter seus procedimentos judicativos em<br />

segredo, completamente longe das vistas de qualquer outra pessoa e,<br />

no entanto, reivindicavam o direito de investigar as conversas<br />

particulares e as atividades daqueles a quem interrogavam. Seu<br />

segredo judicativo era legítimo, era o exercício da “confidencialidade”,<br />

seu uso de evasivas significava simplesmente ser “prático”,<br />

estratégico, mas os esforços dos acusados em manter a privacidade de<br />

suas conversas pessoais eram classificados como sendo desonestos,<br />

como evidência de uma conspiração às escondidas. Eles esperavam<br />

que suas ações fossem encaradas como evidência de seu zelo por Deus,<br />

a favor da “verdade revelada”, ao passo que suspeitavam, ao mesmo<br />

31 Estes anciãos eram da congregação vizinha à que René freqüentava.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!