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Tese 8 - Neip

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1.5 - Sumário de capítulos<br />

O primeiro capítulo após introduzir o manancial teórico referencial opera uma leitura<br />

sobre a estigmatização dos consumidores de drogas, averiguando a configuração<br />

sociocultural que ganhou corpo na primeira metade do século passado quando as drogas<br />

foram lançadas na ilegalidade. Em seguida é desenhado um recorte da condição de ser<br />

universitário, o que é fazer parte de um corpo discente tendo como referência as<br />

representações dominantes do homo academicus. Para tanto o foco é direcionado ao<br />

campo universitário enquanto ethos e cultura estudantil. Este capítulo é encerrado com<br />

um panorama sobre o que vem significando ser jovem no Brasil das últimas décadas<br />

tendo como setting a cultura estudantil já que o jovem acaba sendo o principal público<br />

alvo da cultura universitária. Nos limites deste recorte busco explicitar os conceitos e a<br />

intencionalidade da tese. A pergunta que se desdobra e faz eco é: qual projeto estes<br />

universitários jovens e consumidores de drogas estigmatizadas sustentam com seus<br />

estilos de vida 11 ?<br />

O segundo capítulo é uma introdução às representações que tendem a favorecer a<br />

estabilização de estigmas que geram conflitos para o universitário usuário. Essa<br />

estigmatização é observada inicialmente em função das polêmicas alicerçadas em torno<br />

do filme Tropa de elite a partir do qual é cristalizada a representação – já existente - do<br />

universitário usuário/traficante, representação que através de veículos midiáticos entrou<br />

em voga no período subsequente. Num segundo momento é traçado um panorama das<br />

representações que configuram o setting de consumo de drogas na cultura universitária,<br />

e como este por sua vez, reflete um novo olhar das ciências em relação à problemática<br />

do consumo de psicoativos. Concluindo este capítulo, as culturas dos usuários e dos<br />

universitários são interpretadas através das vozes e das configurações comunitárias de<br />

alguns interlocutores, sendo observados alguns controles sociais que estes<br />

disponibilizam como mecanismos de adequação relacionados às comunidades de<br />

pertença fundamentais – família e escola – referências básicas do processo civilizador.<br />

11 - e se ao senso comum é motivo de estranhamento associar universitários e drogas quase que com<br />

naturalidade, o estranho para pesquisadores da problemática é que não haja a possibilidade dessa<br />

associação, como transparece na seguinte fala do antropólogo Gilberto Velho: “Têm muitos jovens que<br />

não usam cocaína, mesmo, e conheci vários que nunca fumaram um cigarro de maconha, juventude<br />

universitária, o que poderia parecer quase espantoso. Mas existem essas pessoas...”, in: (LABATE et Al:<br />

2008,134).<br />

19

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