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Tese 8 - Neip

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Salomé - Com o “doce 167 ” eu já tinha curiosidade antes até da maconha. Huxley e<br />

As portas da percepção, coisa de leitura, como eu tenho curiosidade em questão a<br />

ayahuasca, mas essa não tive coragem ainda nem procurei. Tomei doce na mudança do<br />

Garcia e as pessoas: “você vai sentir o amor”. Eu encontrei com dois caras com quem<br />

eu já tinha tido história, o encontro já tinha rolado antes do doce. Os dois vieram e eu<br />

fiquei sem saber como resolver a onda. Um dos caras ficou com a gente, depois<br />

encontrei o outro. Eu deixei rolar e um me agarrou na frente do outro ai eu comecei a<br />

ver o amor brutalmente. O primeiro ficou puto e até hoje não fala comigo. Fui com o<br />

outro pra casa de uns amigos e aí foi um negócio louco porque todas as minhas<br />

percepções ficaram supersensibilizadas, e aí eu senti realmente a onda do amor, (risos).<br />

T.V. - Você foi precoce em relação ao consumo de drogas, a busca de<br />

religiosidade, e também foi assim em relação com a sexualidade?<br />

Blavatsky - Não, atrasadíssima! Engraçado isso, eu só fui transar com 19. Com<br />

relação a isso eu tinha um pouco de vergonha porque ninguém era virgem. Então eu<br />

era superdescolada, mas nesse plano eu era um pouco recatada.<br />

T.V. - E o deixar de ser virgem tem alguma coisa a ver com consumo de maconha?<br />

Blavatsky - Isso aconteceu regado a muita maconha! (risos)<br />

Estas cinco declarações, três feitas por homens e duas feitas por mulheres, mostram<br />

que para ambos os gêneros os vínculos entre drogas e sexualidade pode estar presente<br />

seja no momento da conquista seja no momento da consumação do ato. Nesse terreno<br />

Nietzsche sente na pele a dificuldade em estabelecer relações de confiança – afinal, há<br />

relações de confiança possíveis entre traficantes e usuários? No seu ponto de vista,<br />

quando se interessa sexualmente por alguma garota ele não está naquele setting como<br />

traficante, e sim como consumidor que dadivosamente compartilha seus bens de<br />

consumo. Seu questionamento não está ligada ao uso das drogas – para ele maconha e<br />

cocaína podem ser consideradas drogas afrodisíacas – e sim a configuração do seu<br />

consumo: será que o outro o vê apenas como um traficante? Por sua vez, Blavatsky que<br />

considera que passou a usufruir tardiamente de sua sexualidade, chegou ao ato regandoo<br />

com “muita maconha”, e em função do seu suposto retardo, talvez muito menos<br />

como afrodisíaco do que como ansiolítico, como redutor de tensões. Já a atitude de<br />

167 - doce = ácido lisérgico.<br />

198

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