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Tese 8 - Neip

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“Até agora dois novos fatores na revolta de Bekerley apareceram: 1- Os<br />

estudantes desejam estender o conceito de Liberdade Universitária desde o<br />

Lehrfreiheit (liberdade para os professores para ensinar de acordo com sua<br />

capacidade) e incluir o Lernfreiheit (liberdade dos estudantes para pedir o<br />

que precisam ser ensinados, e, se necessário, convidar professores, inclusive<br />

para defensores de suas causas). 2- O corpo docente, estimulado pelos<br />

estudantes, deseja reassumir as prerrogativas que tinha transferido para a<br />

administração, como por exemplo, a disciplina”, (GOODMAN &<br />

GLAZER:1968,126).<br />

“A tentativa de estender a Liberdade Universitária à Liberdade de Aprender<br />

implica uma transformação revolucionária no status dos indivíduos que<br />

frequentam uma universidade. Até agora, os universitários americanos têm<br />

sido considerados, e consideram a si próprios, como adolescentes<br />

extemporâneos; mas a reivindicação do direito ao Lernfreiheit significa que<br />

eles são jovens adultos capazes de saber por que devem lutar [...] Na<br />

Europa, ‘ser estudante’ é, em si mesmo, uma espécie de profissão dos<br />

adultos jovens, especialmente os de classe alta”, (GOODMAN &<br />

GLAZER:1968,128).<br />

Profissão dos adultos de classe alta, será essa definição de universitário um problema<br />

ou uma solução? Se apenas os adolescentes extemporâneos de classe alta puderem<br />

configurar forças para forjar uma cultura universitária; então ser estudante é uma<br />

profissão que equivale a um título de nobreza, tendo pouco a ver com cidadania. Não<br />

sendo este o caso, o direito ao Lernfreiheit demandado pelos universitários é em última<br />

instância, o direito de exercer a plena cidadania. Contudo, ser cidadão talvez não seja<br />

uma missão ao alcance de todos, principalmente para os que passaram direto da<br />

adolescência para uma carreira de trabalhador adulto, sem o privilégio de ter sido<br />

estudante universitário. Ou de pelo menos, ter estado na rede de relações diretas e<br />

reflexivas destes:<br />

“a principal ação política dos estudantes seria, no momento, a de<br />

humanização interna e a de tornar culturais as atividades da comunidade<br />

universitária – pois os coleges e as universidades têm se tornado tão<br />

entrelaçados ao sistema emaranhado da sociedade que quaisquer inovações de<br />

progresso interno causarão um estremecimento sério no sistema”,<br />

(GOODMAN & GLAZER:1968:130).<br />

De acordo com a perspectiva de Goodman e Glaser, a cultura política de origem<br />

universitária é um modelo que emana reflexividade incontornável para o restante da<br />

sociedade, pois o estilo de vida universitário também passa a influenciar o estilo de vida<br />

dos não universitários. Já Seymour Lipset em uma pesquisa intitulada O comportamento<br />

político da juventude universitária alarga o horizonte comparativo ao investigar focos<br />

da juventude universitária nas Américas, Europa e Ásia, registrando as oscilações que<br />

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