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Tese 8 - Neip

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1.9 - Juventude como profissão de fé<br />

Nesse ponto do texto é necessário fazer uma mudança de foco da categoria<br />

Universitário para a categoria Jovem, uma construção tipificada nas sociedades<br />

modernas. Até os anos 1950, em face da idéia funcional contida no projeto de<br />

civilização ocidental, “ser jovem” era vivenciar uma transição entre o mundo da criança,<br />

desconectado das responsabilidades que configuram a segurança social, e o mundo<br />

adulto, este predominantemente, ou quase que exclusivamente, voltado às<br />

responsabilidades do trabalho, à segurança da família e das comunidades próximas.<br />

Nesse recorte, a escola enquanto instituição, e principalmente a universidade, foi<br />

configurada como o cenário específico para a passagem do jovem para a vida adulta,<br />

sendo a comunidade de preparo para o mundo do trabalho (Abramo: 2005, 41).<br />

Antes de tudo, falar em ser jovem só tem sentido quando também se pode falar em<br />

ser criança, ser adulto, ser velho, como categorias mais ou menos bem definidas,<br />

perspectivando etapas que se sucedem cronologicamente:<br />

“Os anos nos têm e nos fazem; fazem com que sejamos crianças, jovens,<br />

adultos ou velhos. E isto, apesar da relativa flutuação das fronteiras<br />

culturais, legislativas ou administrativas, nos situa uns e outros em grupos<br />

socialmente definidos”, (LLORET:1998,14).<br />

Esta reflexão implica em ter como referência uma idade arquetípica “que determina<br />

as expectativas de relação e comportamento” (Lloret:1998, 21), e que muitas vezes<br />

adere à idade cronológica das pessoas, deixando-lhes pouca margem de variação em<br />

relação ao padrão estabelecido como dominante, ou seja: “pertencer a um grupo de<br />

idade significa ter que adequar-se a uma normativa bastante precisa”, (Lloret:1998,15).<br />

Acrescentando conteúdos socioculturais localizados historicamente a este modelo,<br />

Morin (1986) indica que as culturas juvenis do pós-guerra configuraram conteúdos<br />

novos e positivos à condição juvenil, conteúdos relacionados ao lazer e às mais variadas<br />

experimentações com o corpo. O próprio sentido representacional de juventude se<br />

tornou mais complexo, pois os jovens das classes trabalhadoras passaram a ter mais<br />

visibilidade. Essa definição tendo como referência o pós-guerra não é gratuita, pois,<br />

com o ruir do projeto de modernidade civilizada, “Depois da Segunda Guerra Mundial,<br />

o hedonismo colocou o prazer, e o lazer à frente das preocupações humanas”,<br />

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