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Anais da 27º Semana Científica - Hospital de Clínicas de Porto Alegre

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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />

fun<strong>da</strong>mental que, ao se discutir o IC <strong>de</strong> uma instituição, se leve em conta a estratificação <strong>de</strong> risco, para i<strong>de</strong>ntificarem-se os estratos<br />

que merecem atenção especial e revisão dos protocolos assistenciais – neste exemplo, o grupo <strong>de</strong> pacientes a termo sem riscos,<br />

pois têm IC elevado e representam mais <strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> população.<br />

PROJETO REDUÇÃO DO ÍNDICE DE CESÁREAS: PERFIS DE RISCO E REALIZAÇÃO DE CESARIANAS<br />

CRISTIANO CAETANO SALAZAR; SOLANGE GARCIA ACCETTA; JANETE VETTORAZZI; FERNANDO MONTEIRO<br />

DE FREITAS; ROSE GASNIER; ; JOÃO PAOLO BILIBIO; GUSTAVO PERETTI RODINI<br />

Introdução: O Índice <strong>de</strong> Cesarianas (IC) do HCPA tem-se mantido em torno <strong>de</strong> 31%, mesmo com esforços constantes para reduzilo.<br />

Quais os grupos <strong>de</strong> pacientes que, levando-se em conta o perfil <strong>de</strong> risco <strong>da</strong> população, <strong>de</strong>vem ser os principais alvos <strong>de</strong> atenção<br />

nas iniciativas para redução do IC? Objetivos: Classificar as parturientes do HCPA conforme pari<strong>da</strong><strong>de</strong> e chance presumi<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

serem submeti<strong>da</strong>s a cesariana, e verificar os reais ICs correspon<strong>de</strong>ntes. Método: Estudo <strong>de</strong> coorte contemporâneo, incluindo os<br />

450 primeiros nascimentos do HCPA em 2007. Na admissão <strong>da</strong>s parturientes, registraram-se fatores que permitiram categorizá-las<br />

em 6 grupos fun<strong>da</strong>mentais, conforme pari<strong>da</strong><strong>de</strong> e conforme “alto” ou “baixo” risco <strong>de</strong> indicação <strong>de</strong> cesariana (segundo <strong>da</strong>dos <strong>da</strong><br />

literatura). Foram verificados os respectivos ICs. Resultados: O IC geral no período foi 32,7% (147 cesarianas), sendo 20,3% nas<br />

classifica<strong>da</strong>s como “baixo risco” e 47,5% nas <strong>de</strong> “alto risco” [RR=2,34; P=0,000]. Separando-se os grupos <strong>de</strong> pari<strong>da</strong><strong>de</strong>, os<br />

resultados foram os seguintes (respectivamente IC Geral, IC no Baixo Risco, IC no Alto Risco): Nulíparas – 36%, 21%, 53%<br />

[RR=2,34; P=0,00]; Multíparas sem cesárea – 14%, 6%, 25% [RR=4,23; P=0,00]; Multíparas com cesárea – 68%, 62%, 74%<br />

[RR=1,19; P=0,261]. Conclusões: Diferentes perfis <strong>de</strong> risco têm índices <strong>de</strong> cesariana marca<strong>da</strong>mente diferentes, que po<strong>de</strong>m ser<br />

particulares a ca<strong>da</strong> instituição. O método proposto diferenciou <strong>de</strong> modo estatisticamente significativo pacientes <strong>de</strong> baixo e alto<br />

risco para cesárea no HCPA. No caso <strong>de</strong>ssa instituição, <strong>de</strong>vem-se priorizar esforços que evitem a primeira cesariana em nulíparas<br />

<strong>de</strong> baixo risco, visto que, em uma gestação subseqüente, o risco <strong>de</strong> novo evento po<strong>de</strong>rá variar entre 6% (quem não teve cesárea) e<br />

62% (quem já teve cesárea).<br />

SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE DO EXAME FÍSICO E DA HISTÓRIA CLÍNICA NO DIAGNÓSTICO DE<br />

GRAVIDEZ<br />

GISELE SILVA DE MORAES; RICARDO FRANCALACCI SAVARIS; LUIZ CARLOS ALMEIDA DA SILVA<br />

Introdução: O uso rotineiro <strong>de</strong> um exame <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z em to<strong>da</strong>s as pacientes com dor pélvica (DP) ou sangramento uterino<br />

anormal (SUA), em i<strong>da</strong><strong>de</strong> reprodutiva, é recomen<strong>da</strong>do em livros textos, mas não é baseado em evidências científicas. A<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> gravi<strong>de</strong>z na emergência é <strong>de</strong> suma importância, pois as complicações relaciona<strong>da</strong>s com a hemorragia oriun<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

gravi<strong>de</strong>z ectópica rota ou do abortamento estão como as principais causas <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as mulheres <strong>da</strong> América Latina.<br />

No nosso meio, não temos <strong>da</strong>dos que <strong>de</strong>monstrem a acurácia <strong>da</strong> avaliação ginecológica para diagnosticar a gravi<strong>de</strong>z, e<br />

questionamos o valor do teste <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z na urina (TGU) como forma <strong>de</strong> rastreamento para as pacientes com DP e/ou SUA em<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> reprodutiva. Metodologia: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa do HCPA e realizado na<br />

emergência, em mulheres com i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 14 e 50 anos com DP e/ou SUA; excluindo aquelas com exames <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z positivos,<br />

histerectomiza<strong>da</strong>s, menopausa<strong>da</strong>s ou sem telefone para contato. O avaliador realiza a consulta e dá o seu parecer a respeito <strong>da</strong><br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z. Em segui<strong>da</strong> é realizado o TGU. Resultados: A média <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pacientes foi <strong>de</strong> 22,5 anos. Entre os<br />

avaliadores estão ginecologistas contratados do serviço <strong>de</strong> emergência ginecológica, professores, resi<strong>de</strong>ntes (R1, R2 e R3) <strong>de</strong><br />

residência em ginecologia e obstetrícia do HCPA. Os contratados, professores, R1, R2 e R3 avaliaram respectivamente 30,30%;<br />

12,12%; 6,06%; 36,36%e 15,15%. A porcentagem <strong>de</strong> concordância entre o avaliador e o TGU para contratados, professores, R1,<br />

R2 e R3, foram, respectivamente, 70%, 100%, 100%, 75% e 100%. Em um dos casos em que não houve concordância entre o<br />

avaliador e o teste, o sangramento era <strong>de</strong>vido a um leiomioma uterino. Discussão: Esses resultados parciais mostram que ocorre<br />

discordância na avaliação <strong>da</strong> gravi<strong>de</strong>z principalmente com os contratados e os R2. To<strong>da</strong>via, esses <strong>da</strong>dos aguar<strong>da</strong>m atingir o<br />

número <strong>de</strong> 196 casos para atingir po<strong>de</strong>r estatístico.<br />

ENSAIO CLÍNICO SOBRE O USO OU NÃO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA DO ABORTAMENTO INFECTADO APÓS<br />

ALTA HOSPITALAR<br />

GISELE SILVA DE MORAES; RICARDO FRANCALACCI SAVARIS; LUIZ CARLOS AMEIDA DA SILVA; ADRIANI<br />

OLIVEIRA GALÃO<br />

Introdução: O diagnóstico precoce e o tratamento eficaz <strong>da</strong> endometrite por aborto infectado são fun<strong>da</strong>mentais para prevenir a<br />

evolução do quadro infeccioso. O tempo <strong>de</strong> tratamento, to<strong>da</strong>via, ain<strong>da</strong> não está bem <strong>de</strong>finido e não é baseado em ensaios<br />

randomizados. A rotina do Serviço <strong>de</strong> Ginecologia e Obstetrícia do HCPA preconiza o uso <strong>de</strong> antimicrobianos intravenosos por<br />

até 48 horas afebril, seguido por medicação por via oral até completar 10-14 dias. O Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> recomen<strong>da</strong> o uso<br />

intravenoso <strong>de</strong> antibióticos por 7 a 10 dias. Estudos em mulheres com endometrite pós-cesárea <strong>de</strong>monstraram que não seria<br />

necessário prolongar o tratamento após a melhora clínica. Objetivo: Verificar a equivalência do placebo com o uso <strong>de</strong> Doxiciclina<br />

e Metroni<strong>da</strong>zol na cura do aborto infectado, após a alta hospitalar. Metodologia: Estudo randomizado, prospectivo, duplo-cego<br />

com 2 braços, aprovado pelo Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa do HCPA. Objetiva-se alcançar 84 pacientes que tiveram internação<br />

hospitalar por aborto infectado. Elas receberão o tratamento tradicional ou o abreviado até completar 10 dias <strong>de</strong> tratamento.<br />

Resultados: Já foram randomiza<strong>da</strong>s 46 pacientes (23 para o tratamento A e 23 para o tratamento B), entre Maio/2006 e<br />

Junho/2007. A média <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> do Grupo A é <strong>de</strong> 27,86±7,95 anos e a do Grupo B <strong>de</strong> 25,78±6,11 (média±EPM), sem diferença<br />

estatística (Teste t-Stu<strong>de</strong>nt p= 0,3239). O tempo <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> antimicrobianos intravenosos (tempo <strong>de</strong> internação) é <strong>de</strong> 2,78±0,85<br />

dias para o Grupo A, e <strong>de</strong> 3,17±1,02 dias para o Grupo B, (Teste t-Stu<strong>de</strong>nt p= 0,1669). To<strong>da</strong>s as pacientes apresentaram melhora<br />

clínica (melhora <strong>da</strong> dor, cessação do sangramento, ausência <strong>de</strong> febre) sem a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uso adicional <strong>de</strong> antibióticos, nem <strong>de</strong><br />

internação hospitalar. Discussão: Os achados iniciais <strong>de</strong>monstram que não há diferença entre o tratamento tradicional e o<br />

abreviado. Esses <strong>da</strong>dos, contudo, ain<strong>da</strong> não apresentam po<strong>de</strong>r pelo n ain<strong>da</strong> reduzido.

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