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Anais da 27º Semana Científica - Hospital de Clínicas de Porto Alegre

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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />

INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAS DESENVOLVIDAS NO PROJETO VIVENDO E REAPRENDO: VISÃO DO FAMILIAR.<br />

TAGMARA MEREGALLI; ANA MARIA VIEIRA CARDOSO<br />

Durante séculos as pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornos mentais foram afasta<strong>da</strong>s <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Uma nova visão vem sido implanta<strong>da</strong><br />

através <strong>da</strong> Reforma Psiquiátrica, que prioriza o atendimento extra hospitalar, numa caminha<strong>da</strong> para a reinserção social dos<br />

pacientes. O objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa é investigar a percepção dos familiares dos pacientes do Projeto Vivendo e Reapren<strong>de</strong>ndo<br />

sobre as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s no Projeto. O Projeto Vivendo e Reapren<strong>de</strong>ndo é um programa para portadores <strong>de</strong> transtornos<br />

mentais , como esquizofrenia e transtorno bipolar. As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Projeto são realiza<strong>da</strong>s por voluntários, e pelos acadêmicos <strong>de</strong><br />

enfermagem <strong>da</strong> UNISINOS, <strong>da</strong> disciplina <strong>de</strong> Promoção à Saú<strong>de</strong> Mental. O Projeto é instrumentalizado através <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e<br />

procedimentos: educar para a saú<strong>de</strong>, realizar treinamento em habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas, proporcionar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas e recreativas, e<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que possam trazer retorno econômico. Este estudo tem caráter qualitativo, analisado pelo método <strong>de</strong> análise <strong>de</strong><br />

conteúdo conforme Bardin (1995). A população foi <strong>de</strong> 43 pacientes e a amostra <strong>de</strong> 11 familiares. O instrumento para coleta <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>dos foi uma entrevista semi estrutura<strong>da</strong> aplica<strong>da</strong> pela própria pesquisadora e inseri<strong>da</strong> na reunião <strong>de</strong> familiares – ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que já<br />

acontecia, assim como as visitas domiciliares - realiza<strong>da</strong>s pela professora e monitora <strong>da</strong> disciplina mensalmente. As respostas<br />

foram categoriza<strong>da</strong>s em: conhecimento do familiar sobre as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s no Projeto; e a influência <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na<br />

vi<strong>da</strong> diária do paciente. Os resultados apontam que os familiares não têm uma idéia clara <strong>de</strong> que forma ca<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> intervêm<br />

terapeuticamente, mas percebem uma melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> diária <strong>de</strong> seu paciente, refletindo numa melhor<br />

interação no relacionamento familiar.<br />

MUDANÇAS DE VIDA DECORRENTES DE TRANSTORNOS MENTAIS NA FAMÍLIA<br />

ELENICE RENNER FERREIRA; ANA MARIA VIEIRA CARDOSO<br />

O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para uma família é receber um ser frágil, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e que necessite <strong>de</strong> constantes cui<strong>da</strong>dos e proteção. A<br />

família <strong>de</strong>ve proporcionar condições que o levam a autonomia e a felici<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo que os seus projetos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> sejam diferentes<br />

do <strong>de</strong>sejo <strong>da</strong>queles que o criaram. Esta pesquisa trata <strong>da</strong>s relações parentais no cotidiano dos pacientes com diagnóstico <strong>de</strong><br />

transtorno mental. O presente estudo tem como objetivo verificar se ocorreram mu<strong>da</strong>nças na vi<strong>da</strong> dos familiares após o<br />

surgimento <strong>da</strong> doença mental. É uma pesquisa <strong>de</strong>scritiva com abor<strong>da</strong>gem qualitativa, realiza<strong>da</strong> no Projeto Vivendo e<br />

Reapren<strong>de</strong>ndo localizado na Escola São Manoel <strong>de</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Alegre</strong>, RS. O instrumento foi uma entrevista semi-estrutura<strong>da</strong>, aplica<strong>da</strong><br />

pela própria pesquisadora. A população é <strong>de</strong> 43 familiares <strong>de</strong> pessoas portadoras <strong>de</strong> Transtorno Afetivo Bipolar e Esquizofrenia e<br />

a amostra <strong>de</strong> 11 familiares. Os <strong>da</strong>dos foram analisados conforme Gomes (2004) e distribuídos nas seguintes categorias:<br />

sobrecarga do familiar, à procura <strong>de</strong> um culpado, não aceitação <strong>da</strong> doença, preocupação com o futuro do paciente e conflitos<br />

familiares. Percebe-se que ocorreram mu<strong>da</strong>nças significativas na vi<strong>da</strong> diária dos familiares após o surgimento do transtorno<br />

mental. Quando um adoece todos adoecem juntos, necessitando aju<strong>da</strong>. Um bom trabalho não significa resolver todos os<br />

problemas <strong>da</strong>s famílias, a escuta, às vezes, é o suficiente. As pessoas estão muito sós. O estar ao lado <strong>de</strong> forma empática e<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira, é o cui<strong>da</strong>r em sua integri<strong>da</strong><strong>de</strong>. A sobrecarga familiar sobressai-se nas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s apresenta<strong>da</strong>s no enfrentamento do<br />

sofrimento psíquico, po<strong>de</strong>ndo ser auxilia<strong>da</strong> pela equipe multidisciplinar <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> através <strong>da</strong> informação, orientação,<br />

acompanhamento e suporte emocional a todos integrantes <strong>de</strong>sse núcleo familiar.<br />

AVALIAÇÃO DAS FAMÍLIAS ASSISTIDAS EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL<br />

ELIANE LAVALL; AGNES OLSCHOWSKY<br />

No contexto do modo <strong>de</strong> atenção psicossocial, a família vem assumindo lugar importante e fun<strong>da</strong>mental no processo <strong>de</strong><br />

recuperação do sujeito em sofrimento psíquico, assumindo o papel <strong>de</strong> protagonista e parceira na atenção em saú<strong>de</strong> mental. Assim,<br />

as informações, vivências e experiências <strong>da</strong> família possibilitam conhecer seus recursos e sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio social,<br />

potencializando as intervenções. O Mo<strong>de</strong>lo Calgary <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Família (MCAF) po<strong>de</strong> auxiliar a compreen<strong>de</strong>r alguns<br />

pensamentos, comportamentos e crenças <strong>da</strong>s famílias, seus vínculos e suas relações, possibilitando aos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

explorar e conhecer re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio social.Temos como objetivo i<strong>de</strong>ntificar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio social do usuário e família em<br />

acompanhamento em um Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial (CAPS). Este estudo consiste em um sub–projeto <strong>da</strong> pesquisa Avaliação<br />

do Centros <strong>de</strong> Atenção Psicossocial <strong>da</strong> Região Sul do Brasil, conhecido como CAPSUL. Esta pesquisa será realiza<strong>da</strong> no Cais<br />

Mental, tendo como sujeitos familiares e usuários em acompanhamento neste local. Trata-se <strong>de</strong> uma pesquisa qualitativa<br />

<strong>de</strong>scritiva, caracterizando-se como estudo <strong>de</strong> caso, em que utilizamos o método Calgary <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> Família. A coleta <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>dos será realiza<strong>da</strong> através <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> genograma e ecomapa, mediante entrevista com a dupla usuário/família. A análise<br />

dos <strong>da</strong>dos consiste na avaliação estrutural, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e funcional <strong>da</strong> família. Acreditamos que os vínculos e as relações<br />

i<strong>de</strong>ntificados na aplicação do MCAF constituem re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio, que facilitam as ações <strong>de</strong> inclusão social e resgate <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia<br />

no tratamento em saú<strong>de</strong> mental. Desta forma, a parceria com a família é uma <strong>da</strong>s estratégias que vai facilitar o avanço no processo<br />

<strong>de</strong> construção <strong>de</strong> ações psicossociais, num processo <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> reforma psiquiátrica brasileira.<br />

OFICINA DE FAMÍLIAS: UMA ESTRATÉGIA DE CUIDADO EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL<br />

ELIANE LAVALL; LISANE NERY FREITAS; AGNES OLSCHOWSKY; CHRISTINE WETZEL; JACÓ FERNANDO<br />

SCHNEIDER<br />

A atenção em saú<strong>de</strong> mental busca promover uma assistência volta<strong>da</strong> para a reinserção social e o resgate <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia do indivíduo<br />

em sofrimento psíquico. Neste contexto os Centros <strong>de</strong> Atenção Psicossocial representam uma <strong>da</strong>s principais estratégias para o<br />

tratamento dos usuários. Estes serviços dispõem <strong>de</strong> várias ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s assistenciais, <strong>de</strong>ntre elas as oficinas, que visam a<br />

participação, a integração e socialização dos indivíduos. Essas oficinas caracterizam-se como instrumentos terapêuticos, pois<br />

buscam a inclusão social dos usuários no mundo <strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, reinventando a vi<strong>da</strong> em seus aspectos cotidianos. Este estudo<br />

trata <strong>de</strong> um relato <strong>de</strong> experiência sobre uma oficina <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> família, realiza<strong>da</strong> durante a coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos do estudo<br />

qualitativo <strong>da</strong> pesquisa “Avaliação dos Centros <strong>de</strong> Atenção Psicossocial <strong>da</strong> Região Sul do Brasil (CAPSUL)”. Foi utilizado o

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