Anais da 27º Semana CientÃfica - Hospital de ClÃnicas de Porto Alegre
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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />
nos cui<strong>da</strong>dos dos filhos e apenas as famílias em que os pais coabitavam (n=118) 33%. A regressão <strong>de</strong> Poisson indicou que relação<br />
conjugal problemática e mãe ser “do lar” associaram-se significativamente com falta <strong>de</strong> envolvimento ativo do pai (RC=0,20). Os<br />
resultados parecem indicar que na presença <strong>de</strong> problemas conjugais <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rados a graves há maiores chances <strong>da</strong>s mães não<br />
facilitarem o acesso dos pais aos bebês e que quando as mães são “do lar”, tomam conta <strong>de</strong> tudo que se relaciona aos filhos,<br />
tornando menos necessários os cui<strong>da</strong>dos diretos do pai. CONCLUSÕES: É alta a proporção <strong>de</strong> pais que na se envolve ativamente<br />
nos cui<strong>da</strong>dos dos filhos <strong>de</strong> quatro meses. Estão em risco <strong>de</strong> ter um menor envolvimento com seus filhos aqueles pais que têm<br />
problemas conjugais <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rados a graves e cujas esposas não tem emprego.<br />
REDE DE SAÚDE MENTAL-JUSTIÇA DE PORTO ALEGRE<br />
OLGA GARCIA FALCETO; SUZANA FORTES, ADIMIRO SARI, BRENO BEUTLER JÚNIOR, NOARA BERNARDY<br />
LISBOA, JAIR SEGAL<br />
OBJETIVO: Estu<strong>da</strong>r os fatores associados com envolvimento ativo do pai nos cui<strong>da</strong>dos do seu bebê: características<br />
socio<strong>de</strong>mográficas, variáveis obstétricas, saú<strong>de</strong> mental dos pais e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do relacionamento conjugal. MÉTODOS: Foram<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as famílias <strong>de</strong> um bairro <strong>de</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Alegre</strong> que tinham bebês <strong>de</strong> quatro meses (n=235). Cento e cinqüenta e três<br />
famílias completaram o estudo. As cento e <strong>de</strong>zoito famílias em que pai e mãe coabitavam foram entrevista<strong>da</strong>s em suas casas por<br />
dois terapeutas <strong>de</strong> famílias, sendo observados seus comportamentos e aplica<strong>da</strong>s as escalas Self Report Questionnaire (SRQ-20) e<br />
Avaliação Global do Funcionamento Relacional (GARF). Estimou-se a razão <strong>de</strong> prevalências e utilizou-se regressão <strong>de</strong> Poisson<br />
para avaliar a associação entre falta <strong>de</strong> envolvimento do pai nos cui<strong>da</strong>dos do filho e variáveis <strong>de</strong> interesse. RESULTADOS E<br />
DISCUSSÃO: Levando em conta to<strong>da</strong> a amostra (n=153), aproxima<strong>da</strong>mente meta<strong>de</strong> dos pais (48,3%) não se envolvia ativamente<br />
nos cui<strong>da</strong>dos dos filhos e apenas as famílias em que os pais coabitavam (n=118) 33%. A regressão <strong>de</strong> Poisson indicou que relação<br />
conjugal problemática e mãe ser “do lar” associaram-se significativamente com falta <strong>de</strong> envolvimento ativo do pai (RC=0,20). Os<br />
resultados parecem indicar que na presença <strong>de</strong> problemas conjugais <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rados a graves há maiores chances <strong>da</strong>s mães não<br />
facilitarem o acesso dos pais aos bebês e que quando as mães são “do lar”, tomam conta <strong>de</strong> tudo que se relaciona aos filhos,<br />
tornando menos necessários os cui<strong>da</strong>dos diretos do pai. CONCLUSÕES: É alta a proporção <strong>de</strong> pais que na se envolve ativamente<br />
nos cui<strong>da</strong>dos dos filhos <strong>de</strong> quatro meses. Estão em risco <strong>de</strong> ter um menor envolvimento com seus filhos aqueles pais que têm<br />
problemas conjugais <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rados a graves e cujas esposas não tem emprego.<br />
FATORES ASSOCIADOS A TRANSTORNOS DA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ E PAI-BEBÊ AOS QUATRO MESES DE VIDA:<br />
ESTUDO DE UM BAIRRO DE PORTO ALEGRE<br />
OLGA GARCIA FALCETO; CARMEN LUIZA FERNANDES, ELSA GIUGLIANI<br />
OBJETIVO: Investigar os fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong>mográficos, obstétricos e relacionais associados a transtornos <strong>da</strong> relação mãe-bebê e<br />
pai-bebê aos quatro meses <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. MÉTODOS: To<strong>da</strong>s as famílias com um bebê <strong>de</strong> 4 meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> nascido entre novembro <strong>de</strong><br />
1998 e fevereiro <strong>de</strong> 2000 foram visita<strong>da</strong>s em um bairro <strong>de</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Alegre</strong>. Cento e <strong>de</strong>zoito famílias foram incluí<strong>da</strong>s neste estudo.<br />
Dois terapeutas <strong>de</strong> família realizaram entrevistas semi-estrutura<strong>da</strong>s, observaram os relacionamentos e preencheram questionários<br />
(PIR-GAS para a relação pais-bebê, GARF para a relação conjugal e com as famílias <strong>de</strong> origem e re<strong>de</strong> social e SRQ-20 para<br />
i<strong>de</strong>ntificar transtornos mentais). Calcularam-se razões <strong>de</strong> prevalência e realizou-se regressão logística múltipla. RESULTADOS:<br />
Dez por cento <strong>da</strong>s mães e doze por cento dos pais apresentaram evidências <strong>de</strong> que sua relação com o filho aos quatro meses <strong>de</strong><br />
i<strong>da</strong><strong>de</strong> estava significativamente altera<strong>da</strong> ou com alguma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> maior. Apenas a relação <strong>de</strong> casal com problemas <strong>de</strong><br />
mo<strong>de</strong>rados a graves mostrou associação com relação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> tanto para mãe-bebê quanto para pai-bebê. Uma relação conjugal<br />
com problemas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rados a graves aumentou em seis vezes as chances <strong>da</strong> relação mãe-bebê ser disfuncional e em 21 vezes a<br />
chance <strong>de</strong>ssa disfunção ocorrer na relação pai-bebê. Além <strong>da</strong> relação <strong>de</strong> casal conflituosa, uma relação problemática entre a mãe e<br />
sua re<strong>de</strong> social mostrou-se associa<strong>da</strong> com relação mãe/bebê disfuncional (Razão <strong>de</strong> Chance = 9). CONCLUSÕES: A prevalência<br />
<strong>de</strong> transtornos <strong>da</strong> relação mãe-bebê e pai-bebê aos quatro meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> na população estu<strong>da</strong><strong>da</strong> é alta, em especial quando há<br />
problemas na relação conjugal. Problemas na relação entre a mãe e sua re<strong>de</strong> social também interferem na relação mãe-bebê.<br />
5-HTTLPR TRIALÉLICO E TRAÇOS DE PERSONALIDADE EM PACIENTES ASSINTOMÁTICOS COM TRANSTORNO<br />
DO PÂNICO<br />
CLÁUDIA WACHLESKI; CAROLINA BLAYA; GIOVANNI ABRAHÃO SALUM JÚNIOR; VERÔNICA VARGAS;<br />
SANDRA LEISTNER SEGAL; GISELE GUS MANFRO<br />
O polimorfismo <strong>da</strong> região promotora do gene transportador <strong>de</strong> serotonina (5HTTLPR) tem sido investigado em estudos <strong>de</strong><br />
associação com neuroticismo, dimensão <strong>da</strong> personali<strong>da</strong><strong>de</strong> frequentemente observa<strong>da</strong> em pacientes com Transtorno <strong>de</strong> Pânico<br />
(TP). Recentemente, evi<strong>de</strong>nciou-se que a forma longa do polimorfismo 5HTTLPR possui uma variação gênica (Lg), que está<br />
liga<strong>da</strong> à diminuição <strong>de</strong> sua expressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Foram incluídos neste estudo 67 pacientes com TP, avaliados através do MINI (Mini<br />
International Neuropsychiatric Interview, DSM IV) em remissão. O critério <strong>de</strong> remissão foi CGI (Clinical Global Impression) ≤2<br />
e ausência <strong>de</strong> ataques <strong>de</strong> pânico. O MMPI (Inventário Multifásico Minesota <strong>de</strong> Personali<strong>da</strong><strong>de</strong>) foi utilizado para avaliação <strong>da</strong><br />
personali<strong>da</strong><strong>de</strong> com as escalas: Hipocondria, Depressão, Histeria, Desvio Psicopático, Masculini<strong>da</strong><strong>de</strong>/Feminili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Paranóia,<br />
Psicastenia, Esquizofrenia, Hipomania e Introversão/Extroversão. Os genótipos dos pacientes foram agrupados pelo nível <strong>de</strong><br />
expressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>: Baixa Expressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>(SS, SLg e LgLg), Expressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> Intermediária (SLa, LgLa) e Alta Expressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (LaLa).<br />
Adicionalmente analisou-se entre os 6 grupos <strong>de</strong> genótipos, carregar ou não um alelo <strong>de</strong> baixa expressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (SeLg) e o genótipo<br />
bialélico (SeL). A análise <strong>de</strong> variância e o teste t para amostras in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes foram utilizados consi<strong>de</strong>rando αBonferroni=0,0125.<br />
Não houve <strong>de</strong>svio significativo do equilíbrio <strong>de</strong> Hardy-Weimberg (χ²=0.52, df = 1, p = 0.471). De acordo com a classificação<br />
trialélica, a distribuição dos alelos foi: S 58(43.3%), Lg 17(12.7%) and La 59 (44.0%). Não houve diferenças estatisticamente<br />
significativas nas médias <strong>da</strong>s escalas do MMPI entre os grupos consi<strong>de</strong>rando to<strong>da</strong>s as classificações propostas do 5HTTLPR.<br />
Amostras maiores são necessárias para excluir influências menores do gene <strong>de</strong>sses traços, bem como outros genes e outros<br />
constructos <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados na caracterização do fenótipo herdável no TP.