Anais da 27º Semana CientÃfica - Hospital de ClÃnicas de Porto Alegre
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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />
Clínica Médica<br />
TUBERCULOSE MUSCULOESQUELÉTICA: UMA MANIFESTAÇÃO DE TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR UM<br />
PACIENTE IMUNOCOMPETENTE<br />
ISRAEL DE QUADROS CARDOSO; JOYCE HART OLIVEIRA, FABIANA COSTA MENEZES; ALEXANDRE<br />
TAKAYOSHI ISHIZAKI; CARINA GUEDES RAMOS; LUCIANO ZUBARAM GOLDANI<br />
Introdução: A tuberculose (TB) óssea é responsável por 10 a 35% dos casos extrapulmonares, representando 2% <strong>de</strong> todos os casos<br />
<strong>de</strong> TB. Na doença osteoarticular, a TB manifesta-se como uma osteomielite e artrite <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> pelo processo inflamatório <strong>de</strong><br />
resposta à presença do bacilo, relaciona<strong>da</strong> com reativação <strong>de</strong> focos hematogênicos ou com disseminação a partir <strong>de</strong> linfonodos<br />
paravertebrais adjacentes. Manifesta-se por monoartrite subagu<strong>da</strong> ou crônica com envolvimento ósseo que po<strong>de</strong> evoluir para<br />
<strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Objetivos: Relatar a ocorrência <strong>de</strong> um caso atípico <strong>de</strong> TB extrapulmonar em paciente imunompetente. Materiais e<br />
Métodos: Relato <strong>de</strong> caso <strong>de</strong> uma paciente com TB óssea trata<strong>da</strong> no HCPA em fevereiro <strong>de</strong> 2007. Resultados: Paciente feminina,<br />
58 anos, HIV negativo, apresenta-se com dor e massa cística em face anterior <strong>da</strong> coxa direita com evolução <strong>de</strong> 3 anos. Nega febre,<br />
sudorese e emagrecimento. Cintilografia <strong>de</strong>monstrou hipercaptação óssea em ilíaco direito ao nível <strong>da</strong>s espinhas ilíacas ânterosuperior<br />
e inferior e acetábulo. A tomografia computadoriza<strong>da</strong> mostrou irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s em cabeça femoral direita, compatíveis<br />
com necrose, e gran<strong>de</strong> lesão expansiva cística capsula<strong>da</strong>. Reação <strong>de</strong> Mantoux com 21mm. Submeti<strong>da</strong> à cirurgia com exérese do<br />
cisto. O anatomopatológico <strong>da</strong> massa apresentou granulomas tuberculói<strong>de</strong>s com BAAR positivo. A cultura do material apresentou<br />
crescimento <strong>de</strong> M. tuberculosis. Conclusão: Pacientes imunocompetentes po<strong>de</strong>m apresentar formas extrapulmonares com<br />
envolvimento musculoesquéletico e manifestações clínicas atípicas <strong>da</strong> TB. A reação <strong>de</strong> Mantoux é geralmente positiva (> 10mm)<br />
nesses pacientes. No entanto, para o diagnóstico <strong>de</strong>finitivo torna-se necessária a biósia <strong>da</strong> lesão suspeita e o envio do material para<br />
pesquisa e cultura <strong>de</strong> Micobactéria.<br />
INDICADORES DE INFECCÇÃO HOSPITALAR GERAL DO HCPA<br />
ANA LUISA ZACHARIAS; LUCAS WOLLMANN<br />
Infecção <strong>Hospital</strong>ar (IH) é to<strong>da</strong> infecção adquiri<strong>da</strong> durante a internação hospitalar e geralmente provoca<strong>da</strong> pela própria flora<br />
bacteriana humana, que se <strong>de</strong>sequilibra com os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa anti-infecciosa em <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> doença, dos<br />
procedimentos invasivos (soros, cateteres e cirurgias) e do contato com a flora hospitalar. Des<strong>de</strong> 1983, tornou-se obrigatório um<br />
órgão específico <strong>de</strong>ntro dos hospitais para prevenir e controlar a IH, surgindo assim as Comissões <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Infecção<br />
<strong>Hospital</strong>ar. A taxa <strong>de</strong> Infecção <strong>Hospital</strong>ar Geral (IHG) é calcula<strong>da</strong> através <strong>da</strong> seguinte fórmula: ∑Qt<strong>de</strong> infecções / ∑pacientes-24<br />
horas * 1000. Tivemos como objetivo verificar a variação <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> infecção hospitalar geral do HCPA durante o período <strong>de</strong><br />
julho <strong>de</strong> 2001 até abril <strong>de</strong> 2007, bem como a média <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ano e ocorreu fuga dos <strong>de</strong>svios padrões. Também procuramos na<br />
literatura ensaios sobre a taxa <strong>de</strong> IH geral e sua importância. Foi verificado que no HCPA não houve gran<strong>de</strong>s alterações no<br />
período analisado, sendo que existe uma pequena que<strong>da</strong> em 2007. Observou-se também uma tendência <strong>de</strong> que<strong>da</strong> <strong>da</strong> taxa,<br />
mostra<strong>da</strong> pelo linha média do último gráfico. A introdução <strong>de</strong> protocolos e comissões <strong>de</strong> controle têm contribuído muito para a<br />
redução <strong>da</strong> IHG, mas essa que<strong>da</strong> não é expressa em números porque está se aumentando também a notificação dos casos. Práticas<br />
como a introdução do álcool-gel com fácil disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos utilitários <strong>da</strong>s instalações do HCPA já mostram eficácia no<br />
controle <strong>da</strong> infecção, sendo que em áreas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> o principal vetor <strong>de</strong> infecção é o profissional <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>. Outra iniciativa<br />
importante é a interação do controle <strong>de</strong> infecções com a regulação <strong>de</strong> medicamentos, principalmente o que diz respeito ao controle<br />
<strong>da</strong> resistência microbiana. É necessária a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> diretrizes <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> medicamentos para assegurar um controle mais<br />
efetivo do mercado, favorecendo a redução <strong>da</strong> resistência e a manutenção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> antimicrobiana dos medicamentos.<br />
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE SEPSE, SEPSE SEVERA E CHOQUE SÉPTICO NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE<br />
PORTO ALEGRE<br />
ROBERTO BERTEAUX ROBALDO; JONATAS F. CONTERNO; TIAGO BORTOLINI; DAVI S. CONSTANTIN; MARCOS<br />
M. FONSECA; PAULO S. NETO; ANE CANEVESE; LUIS ANTÔNIO NASI<br />
INTRODUÇÃO: Sepse severa e choque séptico são importantes <strong>de</strong>safios clínicos, com taxas <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> eleva<strong>da</strong>s e<br />
incidências aumentando. Sepse severa: presença <strong>de</strong> sepse com uma ou mais disfunções orgânicas. Choque séptico: presença <strong>de</strong><br />
sepse severa e hipotensão arterial refratária à reposição volêmica, necessitando vasopressores.OBJETIVO: Avaliar características<br />
clínicas e epi<strong>de</strong>miológicas <strong>de</strong> pacientes internados no HCPA com tais diagnósticos.MÉTODOS: Estudo feito por equipe<br />
multiprofissional: Grupo <strong>da</strong> Sepse. Coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos através <strong>da</strong> escala <strong>de</strong> avaliação basea<strong>da</strong> nas normas do Instituto Latino-<br />
Americano para Estudos <strong>da</strong> Sepse (Surviving Sepsis Campaign). Delineado um estudo <strong>de</strong> Coorte, com acompanhamento por<br />
período <strong>de</strong> 28 dias. Avaliados,<strong>de</strong> abril a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006, um total <strong>de</strong> 121 pacientes. RESULTADOS: Tendo como parâmetro:<br />
BASES study, verificamos semelhança entre i<strong>da</strong><strong>de</strong> média <strong>de</strong> pacientes, mas maior variação <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. A maioria dos casos teve<br />
origem intra-hospitalar,sendo os principais focos: infecções respiratórias, intra-abdominais e do trato urinário.Observamos alta<br />
freqüência <strong>de</strong> exames culturais e reposição volêmica agressiva, apesar <strong>da</strong> freqüente manutenção <strong>da</strong> hipotensão por mais <strong>de</strong> 6<br />
horas. Salientamos a diferença <strong>da</strong> classificação diagnóstica; enquanto no resto do país há predomínio <strong>de</strong> sepse, choque séptico e<br />
sepse severa, no HCPA a situação foi inversa.CONCLUSÃO: Evi<strong>de</strong>nciamos semelhanças quanto às características e ao perfil dos<br />
pacientes quando comparados aos <strong>da</strong>dos nacionais. Foi notável a alta prevalência <strong>de</strong> diagnósticos <strong>de</strong> choque séptico e sepse severa<br />
no HCPA, contrariando o perfil do país. É <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância o uso <strong>de</strong> protocolos <strong>de</strong> condutas direcionados, visando<br />
diagnóstico e manejo precoce; evitando a evolução clínica para pior prognóstico e gran<strong>de</strong> morbimortali<strong>da</strong><strong>de</strong>.