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Anais da 27º Semana Científica - Hospital de Clínicas de Porto Alegre

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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />

a Resolução 196/1996. No período do estudo, foram hospitaliza<strong>da</strong>s 73 mulheres vítima <strong>de</strong> agressão, <strong>da</strong>s quais a faixa etária <strong>de</strong> 18<br />

a 29 anos foi a mais freqüente e representou 49,3% <strong>da</strong>s hospitalizações. Quanto ao tipo <strong>de</strong> agressão 41,1% foram agredi<strong>da</strong>s com<br />

arma <strong>de</strong> fogo, 37% com arma branca, 17,8% por agressão física, com ou sem o uso <strong>de</strong> objetos, e 4,1% <strong>da</strong>s mulheres foram<br />

hospitaliza<strong>da</strong>s com queimaduras <strong>de</strong> segundo e terceiro graus. Na maioria dos prontuários não foi possível coletar informações, tais<br />

como local <strong>de</strong> residência, motivo <strong>da</strong> agressão, agressor, pois os <strong>da</strong>dos estavam incompletos e/ou faltavam registros, o que po<strong>de</strong><br />

indicar que muitos casos <strong>de</strong> mulheres agredi<strong>da</strong>s não foram i<strong>de</strong>ntificados durante o período <strong>da</strong> hospitalização e que o tratamento<br />

ficou restrito às lesões físicas causa<strong>da</strong>s pelo agressor.<br />

A REPERCUSSÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA NA PERCEPÇÃO DE FAMILIARES<br />

ANA PAULA LINHARES DA SILVA; GLAUCIA TREVISAN<br />

Na Doença Renal Crônica (DRC) ocorre per<strong>da</strong> progressiva e irreversível <strong>da</strong> função renal. Dentre as terapias para a substituição <strong>da</strong><br />

função renal temos a diálise peritoneal (DP). Esta trata-se <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> infusão, permanência e drenagem <strong>de</strong> solução estéril<br />

na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> peritoneal através <strong>de</strong> um cateter, sendo que o peritônio estabelecerá a interface entre o sangue e a solução estéril. Os<br />

pacientes com DRC vivenciam um <strong>de</strong>sequilíbrio em seu estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e a família sofre um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sajuste em sua<br />

organização para a<strong>da</strong>ptar-se a DRC. A DP por ser um tratamento domiciliar, proporciona maior liber<strong>da</strong><strong>de</strong> ao paciente,<br />

flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> horário e convívio familiar mais intenso. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi conhecer a repercussão <strong>da</strong> DRC na<br />

percepção <strong>de</strong> familiares <strong>de</strong> pacientes portadores <strong>de</strong> DRC em DP. Trata-se <strong>de</strong> uma pesquisa qualitativa, <strong>de</strong>scritiva e exploratória.<br />

Os sujeitos foram cinco familiares <strong>de</strong> pacientes portadores <strong>de</strong> DRC acompanhados por um Serviço <strong>de</strong> Nefrologia em <strong>Porto</strong><br />

<strong>Alegre</strong>/RS. Utilizou-se entrevista semi-estrutura<strong>da</strong> e a análise <strong>da</strong>s informações proporcionou o surgimento <strong>de</strong> duas categorias:<br />

influência negativa <strong>da</strong> DRC no ambiente familiar que relaciona-se às dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas, ao sofrimento, às dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s com<br />

o método dialítico e ao medo vivenciado pelos familiares. Já a outra categoria, influência positiva <strong>da</strong> DRC no ambiente familiar<br />

está relaciona<strong>da</strong> ao fortalecimento do vínculo familiar, fé, esperança em relação ao transplante renal e à satisfação com o método.<br />

Os resultados mostram que a DRC repercute <strong>de</strong> forma significativa no ambiente familiar e as influências negativas causam maior<br />

impacto. Por isso o enfermeiro <strong>de</strong>ve planejar uma assistência em conjunto e para isso é importante conhecer como a DRC<br />

repercute no ambiente familiar.<br />

PASSAGEM DE PLANTÃO: COMUNICAÇÃO VERBAL ENTRE AS ENFERMEIRAS<br />

ROBERTA ALVES MACEDO; RUANA TERRES TEJADA, SOLANGE GUIMARÃES<br />

INTRODUÇÃO – A passagem <strong>de</strong> plantão realiza<strong>da</strong> pelas enfermeiras é uma rotina diária que transmite e recebe informações<br />

sobre a saú<strong>de</strong> dos pacientes, além <strong>da</strong>s ocorrências gerenciais, garantindo a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> do trabalho <strong>da</strong> enfermagem. OBJETIVOS<br />

– Conhecer as opiniões <strong>da</strong>s enfermeiras sobre a comunicação verbal, durante a passagem <strong>de</strong> plantão entre as mesmas, nas<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> pacientes do <strong>Hospital</strong> Fêmina, do Grupo <strong>Hospital</strong>ar Conceição, <strong>de</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Alegre</strong>. Descrever o conceito<br />

<strong>da</strong>s enfermeiras sobre comunicação verbal e verificar os fatores que interferem na comunicação com o ambiente <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

METODOLOGIA – Pesquisa exploratória <strong>de</strong>scritiva com abor<strong>da</strong>gem quali-quantitativa. A amostra intencional foi constituí<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

24 enfermeiras responsáveis pelos turnos e os <strong>da</strong>dos foram coletados por meio <strong>de</strong> um instrumento semi-estruturado com 13<br />

questões, com aprovação do Comitê <strong>de</strong> ética <strong>da</strong> Instituição pesquisa<strong>da</strong>, a técnica pela Análise <strong>de</strong> Conteúdo (Bardin), configurando<br />

4 (quatro) categorias: passagem <strong>de</strong> plantão, procedimento <strong>de</strong> rotina, comunicação entre as enfermeiras e interrupções na passagem<br />

<strong>de</strong> plantão. RESULTADOS – As enfermeiras possuem um perfil na área materno-infantil; apresentam raciocínio crítico sobre a<br />

rotina <strong>da</strong> passagem <strong>de</strong> plantão; inferem que a comunicação verbal é o instrumento que conduz suas ações<br />

assistenciais/administrativas e enten<strong>de</strong>m que a ocorrência <strong>da</strong>s interrupções é uma situação previsível. CONSIDERAÇÕES<br />

FINAIS – O estudo foi relevante para o entendimento <strong>da</strong> <strong>de</strong>finição do tema, no reconhecimento dos processos que envolvem a<br />

comunicação verbal e gerenciamento <strong>da</strong> informação para que a passagem <strong>de</strong> plantão seja otimiza<strong>da</strong> conforme a rotina. Palavraschave:<br />

Passagem <strong>de</strong> plantão; comunicação verbal; rotinas enfermagem.<br />

ESTRATÉGIAS COLETIVAS DE ENFRENTAMENTO UTILIZADAS PELA ENFERMAGEM EM UM SERVIÇO PÚBLICO<br />

DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA<br />

DAIANE DAL PAI; LIANA LAUTERT<br />

O presente estudo se inscreve no âmbito <strong>de</strong> um serviço público <strong>de</strong> urgência e emergência, buscando compreen<strong>de</strong>r o trabalho na<br />

sua relação com a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong>s profissionais <strong>de</strong> enfermagem. Nesta compreensão a pesquisa traz à tona estratégias coletivas <strong>de</strong><br />

enfrentamento utiliza<strong>da</strong>s pelas trabalhadoras <strong>de</strong> enfermagem para conviverem com o sofrimento gerado por muitas situações<br />

<strong>da</strong>nosas à saú<strong>de</strong> revela<strong>da</strong>s no cotidiano vislumbrado. Este estudo teve sua proposta previamente aprova<strong>da</strong> pelo Comitê <strong>de</strong> Ética<br />

em Pesquisa <strong>da</strong> Instituição on<strong>de</strong> foi realiza<strong>da</strong>. A coleta dos <strong>da</strong>dos compreen<strong>de</strong>u a análise <strong>de</strong> documentos <strong>da</strong> Instituição, a<br />

observação <strong>da</strong> dinâmica do serviço, ocorri<strong>da</strong> em 14 períodos <strong>de</strong> duas horas <strong>de</strong> duração, e a realização <strong>de</strong> entrevistas semiestrutura<strong>da</strong>s<br />

com 12 profissionais <strong>de</strong> enfermagem. Os <strong>da</strong>dos foram submetidos à análise <strong>de</strong> conteúdo, elaborando-se um conjunto<br />

textual interpretativo a fim <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r aos objetivos do estudo. Dessa forma, foi possível i<strong>de</strong>ntificar as estratégias coletivas <strong>de</strong><br />

enfrentamento no distanciamento assumido pelas profissionais frente a situações como a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> prestar apoio à família<br />

quando o atendimento não tivera o <strong>de</strong>sfecho <strong>de</strong>sejado, por exemplo. Ou então no comportamento <strong>de</strong> afastamento adotado diante<br />

<strong>da</strong> superlotação <strong>da</strong> sala, o qual repercutia na saí<strong>da</strong> do setor <strong>de</strong> atendimento por várias vezes, seja para ver colegas <strong>de</strong> outros setores<br />

ou para ir à sala do lanche. A <strong>de</strong>spersonalização também se mostrou como uma estratégia <strong>de</strong> enfrentamento utiliza<strong>da</strong> pelas<br />

trabalhadoras do serviço estu<strong>da</strong>do. Elas se <strong>de</strong>monstraram frias e racionais diante <strong>da</strong>s situações, afirmando controlar seus<br />

sentimentos para seguirem trabalhando sem que as circunstâncias lhes causassem <strong>da</strong>no. Além disso, o uso freqüente <strong>de</strong> citações<br />

humora<strong>da</strong>s e brinca<strong>de</strong>iras diante dos momentos mais variados permitiram perceber que essa era mais uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa<br />

encontra<strong>da</strong> para não adoecer diante <strong>da</strong>s situações <strong>de</strong> fracasso no salvamento dos pacientes graves ou outras situações conflituosas.

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