Anais da 27º Semana CientÃfica - Hospital de ClÃnicas de Porto Alegre
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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />
dimensão humana <strong>da</strong>s práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Nosso pressuposto é que este conhecimento servirá como subsidio a ser aplicado na<br />
capacitação humanística <strong>de</strong> profissionais <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> suas práticas tanto no âmbito hospitalar quanto na saú<strong>de</strong> coletiva.<br />
DRAMATIZAÇÃO E TRATAMENTO MEDICAMENTOSO:UMA INTERVENÇÃO COMBINADA NA REABILITAÇÃO<br />
PSICOSSOCIAL DE PORTADORES DE ESQUIZOFRENIA.<br />
REGINA LYDIA RODRIGUES JAEGER; SOLANGE CAPRA DE ALMEIDA; PAULO BELMONTE ABREU; MARIA INES<br />
LOBATO; ALEXEI GIL<br />
Introdução: O tratamento mais efetivo <strong>da</strong> esquizofrenia envolve o uso <strong>de</strong> antipsicóticos. Para muitos pacientes o tratamento<br />
farmacológico exclusivo é insuficiente para a melhora ou remissão <strong>de</strong> diversos sintomas relacionados a este transtorno.A<br />
farmacoterapia li<strong>da</strong> com a supressão dos sintomas e as intervenções psicossociais oferecem apoio emocional..As intervenções<br />
psicoterapêuticas e psicossociais <strong>de</strong>monstram-se eficazes na prática clínica e têm sido recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s para o tratamento <strong>da</strong><br />
esquizofrenia.Fun<strong>da</strong>mentados em experiências anteriores e em referências bibliográficas, realizamos este estudo sistemático <strong>de</strong><br />
abor<strong>da</strong>gem terapêutica tomando como <strong>de</strong>sfecho as modificações nas habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais dos pacientes portadores <strong>de</strong> esquizofrenia<br />
em tratamento no PRODESQ DO HCPA.Objetivos: Comparar o tratamento combinado <strong>de</strong> farmacoterapia e Dramatização ao<br />
tratamento usual em portadores <strong>de</strong> esquizofrenia. Verificar: modificação no funcionamento social e dos sintomas negativos e se<br />
houve melhora no estado geral do paciente. Avaliar o nível geral <strong>de</strong> funcionamento.Material e Métodos: Ensaio Clínico<br />
controlado randomizado. Estu<strong>da</strong>dos 22 pacientes c/ diagnóstico <strong>de</strong> esquizofrenia, adultos, ambos os sexos, i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 20 e 50<br />
anos. Sendo 11 pacientes submetidos ao tratamento combinado – farmacológico com antipsicótico atípico (Clozapina) somado a<br />
intervenção psicossocial <strong>de</strong> Dramatização como grupo experimental; e 11 pacientes ao tratamento somente medicamentoso, como<br />
grupo controle. Os instrumentos e escalas utilizados foram: WHO/DAS; BPRS e GAF.Resultados: Estão sendo analisados, mas<br />
inicialmente já revelam uma mu<strong>da</strong>nça no funcionamento social (escala WHO-DAS) a favor do grupo experimental. Os <strong>da</strong>dos<br />
estão sendo analisados pelo sistema SPSS versão 14.0. Conclusões: Como a análise dos <strong>da</strong>dos está sendo finaliza<strong>da</strong>, a discussão<br />
está em an<strong>da</strong>mento.<br />
IDENTIFICAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA MINERAL CONSUMIDA EM PORTO ALEGRE<br />
CARMEN MARIA BARROS DE CASTRO; KÁTIA VALENCA CORREIA LEANDRO DA SILVA; CYNTHIA ISABEL<br />
VIVAS PONTE; MAYARA CANTO CORRÊA LIMA; RAMON MARX<br />
O Código <strong>de</strong> Águas Minerais do Brasil <strong>de</strong>fine as águas minerais como “águas provenientes <strong>de</strong> fontes naturais ou artificiais<br />
capta<strong>da</strong>s, que possuam composição química ou proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas ou físico-químicas distintas <strong>da</strong>s águas comuns, com<br />
características que lhe confiram uma ação medicamentosa”. As águas minerais são águas <strong>de</strong> superfície que se infiltram no subsolo<br />
e que por meio dos fraturamentos e falhas geológicas nas rochas conseguem atingir gran<strong>de</strong>s profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Neste trajeto, a água<br />
passa por rochas diluindo substâncias minerais que a enriquecem em sais <strong>de</strong>finindo características físico-químicas exclusivas.<br />
Assim, para valer-se dos benefícios terapêuticos <strong>da</strong>s águas minerais é preciso saber que tipo <strong>de</strong> água está se tomando. As águas<br />
minerais são caracteriza<strong>da</strong>s por meio <strong>da</strong> sua composição química, <strong>da</strong> ação medicamentosa comprova<strong>da</strong> e por características<br />
inerentes à fonte. O mercado brasileiro <strong>de</strong> águas minerais tem evoluído <strong>de</strong> forma crescente, registrando um consumo per capta <strong>de</strong><br />
25 litros/ano é o sexto maior produtor mundial. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é o <strong>de</strong> verificar se a composição química <strong>da</strong>s águas<br />
minerais envasa<strong>da</strong>s aten<strong>de</strong> à Resolução no 54/2000 <strong>da</strong> Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária que fixa a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e as<br />
características mínimas <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> a que <strong>de</strong>vem obe<strong>de</strong>cer as águas minerais. Para tanto, amostras <strong>de</strong> três marcas comerciais <strong>de</strong><br />
água mineral estão sendo submeti<strong>da</strong>s a análises para caracterização <strong>da</strong> composição química <strong>de</strong>ssas águas e <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong><br />
concentração <strong>da</strong>s substâncias referi<strong>da</strong>s nesta Resolução. Preten<strong>de</strong>-se que os resultados obtidos possam produzir um diagnóstico <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> físico-química <strong>da</strong>s águas minerais e do nível <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> produção brasileira às exigências <strong>da</strong> legislação específica.<br />
O DISCURSO DOS TRABALHADORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) DE SÃO LEOPOLDO (RS)<br />
SOBRE A HUMANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS<br />
RAQUEL BRONDÍSIA PANIZZI FERNANDES; JOSE ROQUE JUNGES; LUCILDA SELLI; MONALISA DA SILVA<br />
PINHEIRO; MARÍLIA SCHRECK DE LIMA; NATÁLIA DE ÁVILA SOARES<br />
A Política Nacional <strong>de</strong> Humanização é uma estratégia lança<strong>da</strong> pelo Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> visando a <strong>de</strong>sfragmentação e a<br />
<strong>de</strong>sverticalização dos processos <strong>de</strong> trabalho. Basea<strong>da</strong> na perspectiva <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, busca a construção coletiva <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e prioriza a<br />
integrali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> atenção. Incentiva a interação entre profissionais e usuários, busca a autonomia e propõe ações pauta<strong>da</strong>s no<br />
acolhimento e no vínculo, intuindo o resgate <strong>da</strong> dimensão subjetiva e social. A pesquisa procura compreen<strong>de</strong>r a Humanização sob<br />
o enfoque ético e introduzir a temática no discurso <strong>da</strong> bioética. Assim, busca conhecer as interações discursivas dos trabalhadores<br />
<strong>de</strong> uma Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> sobre a humanização como eixo <strong>da</strong> ética dos serviços. O método utilizado é a abor<strong>da</strong>gem<br />
qualitativa e matriz teórica a hermenêutica crítica. Trata-se <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> caso numa perspectiva explanatória, cuja coleta e<br />
análise dos <strong>da</strong>dos é a discussão focal <strong>de</strong> grupo e análise do discurso, respectivamente. A amostra, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> segundo critérios <strong>de</strong><br />
competência, é composta por 12 membros <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Vila Campina em São Leopoldo, pois respon<strong>de</strong> a<br />
critérios <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>dos primários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Como hipóteses, supomos que a consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> estratégia <strong>de</strong> Humanização<br />
numa uni<strong>da</strong><strong>de</strong> básica implica transcen<strong>de</strong>r práticas convencionais hospitalares, buscando uma visão amplia<strong>da</strong> <strong>de</strong> clínica que inclua<br />
a dimensão subjetiva e social e promovendo novos modos <strong>de</strong> subjetivação tanto dos usuários quanto dos trabalhadores, pois<br />
produção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifica-se com produção <strong>de</strong> subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A nova política preconiza um cui<strong>da</strong>do contextualizado em<br />
oposição ao mo<strong>de</strong>lo biologicista, primando pela autonomia, diálogo, responsabilização e co-gestão dos atores envolvidos e<br />
exigindo a construção conjunta e co-responsável <strong>de</strong> itinerários clínicos.