Anais da 27º Semana CientÃfica - Hospital de ClÃnicas de Porto Alegre
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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />
Pe<strong>da</strong>gógico <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Serviço Social consoli<strong>da</strong>-se como um processo, assim como, as intervenções realiza<strong>da</strong>s pelo<br />
profissional do Serviço Social. Processo esse que apresenta finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s adquiri<strong>da</strong>s e consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo método dialético crítico.<br />
O SERVIÇO SOCIAL COMO ESCUTA À VIDA<br />
CATIANE DE FARIAS RODRIGUES; ANA MARIA GOMES<br />
O presente trabalho reflete a prática profissional do Serviço Social na área <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, em ambiente hospitalar. Nessa perspectiva,<br />
abor<strong>da</strong> o trabalho profissional voltado para um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong>, como escuta à vi<strong>da</strong>, na qual, a escuta, o saber<br />
ouvir e o acolhimento, são elementos constituintes neste trabalho, visando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no atendimento dos usuários internados e<br />
seus familiares. Este trabalho tem como objetivo geral, refletir sobre a escuta à vi<strong>da</strong> como estratégia metodológica, afetiva e<br />
integradora para os usuários hospitalizados, através <strong>de</strong> uma intervenção junto à equipe multiprofissional, entrevistas e visitas a<br />
usuários e familiares, na tentativa <strong>de</strong> minimizar os aspectos negativos <strong>de</strong> uma internação. E, para que haja uma escuta aberta, sem<br />
julgamentos, nem preconceitos, cito como fun<strong>da</strong>mentos teóricos, cinco virtu<strong>de</strong>s imprescindíveis para o Serviço Social, como<br />
escuta à vi<strong>da</strong>: a hospitali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o saber ouvir, a convivência, a tolerância e o saber cui<strong>da</strong>r. Escutando os usuários <strong>de</strong> uma forma que<br />
os <strong>de</strong>ixem mais confortados com o nosso acolhimento, estaremos tratando-os com digni<strong>da</strong><strong>de</strong> e respeito. Para Leonardo Boff(2005,<br />
p. 95), a hospitali<strong>da</strong><strong>de</strong> supõe a superação dos preconceitos e confiança quase ingênua, mas indispensável para que a hospitali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e a convivência sejam ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente, sem constrangimentos. Saber ouvir, é apren<strong>de</strong>r a ficar em silêncio. É <strong>da</strong>r espaço para o<br />
outro falar o que quiser. É um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro exercício <strong>de</strong> paciência. Por fim, cito o saber cui<strong>da</strong>r, que em uma instituição, é mais que<br />
um ato, é uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> preocupação, responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e envolvimento afetivo. Portanto, mediante tais consi<strong>de</strong>rações, torna-se<br />
visível a importância <strong>da</strong> escuta à vi<strong>da</strong> como uma estratégia <strong>de</strong> trabalho não só para o Serviço Social, mas também para todos os<br />
profissionais na área <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, na luta diária pela preservação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />
REPRESENTAÇÃO DAS DEMANDAS DO SERVIÇO SOCIAL NO PROGRAMA DE FISIATRIA.<br />
DAIANE DE LIMA; GENEVIÈVE LOPES PEDEBOS E MÁRICA DE CASTRO QUAGLIA<br />
De acordo com o Programa Mundial para Pessoas com Deficiência <strong>da</strong> ONU, reabilitação “é um processo <strong>de</strong> duração limita<strong>da</strong> e<br />
com o objetivo <strong>de</strong>finido, com vista a permitir que uma pessoa com <strong>de</strong>ficiência alcance o nível físico, mental e/ou social funcional<br />
ótimo, proporcionando-lhe assim os meios <strong>de</strong> modificar a sua própria vi<strong>da</strong>.” (DAHA,2002:1). O Serviço Social no Ambulatório<br />
<strong>de</strong> Fisiatria e Reabilitação do HC atua junto à equipe interdisciplinar, possuindo competências e atribuições, <strong>de</strong>ntre elas “fazer o<br />
estudo sócio-econômico do paciente, com o objetivo <strong>de</strong> propor medi<strong>da</strong>s e benefícios que venham ao encontro <strong>de</strong> suas<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s” (DAHA,2002:7). O presente trabalho apresenta as características <strong>da</strong>s <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s trazi<strong>da</strong>s pelos usuários atendidos<br />
pelo Serviço Social objetivando i<strong>de</strong>ntificar, a partir <strong>de</strong> levantamento mensal do primeiro semestre <strong>de</strong> 2007 o número <strong>de</strong> sujeitos<br />
atendidos e os principais encaminhamentos realizados. Este estudo <strong>de</strong> orientação quantitativa utiliza como metodologia a fonte<br />
documental e a análise <strong>de</strong> conteúdo. I<strong>de</strong>ntificamos neste período o total <strong>de</strong> 148 pessoas atendi<strong>da</strong>s e 323 encaminhamentos, sendo<br />
que 76 foram acolhi<strong>da</strong>s pela primeira vez e 66 retornaram após a reconsulta médica. Quanto aos encaminhamentos diariamente<br />
ocorridos, surge o alto índice <strong>de</strong> avaliação para a concessão do vale transporte e do passe livre. Diagnosticamos novas <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s<br />
como, por exemplo, o encaminhamento a curso <strong>de</strong> capacitação profissional, exigindo novas respostas a fim <strong>de</strong> contemplar as<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do usuário. O estudo possibilitou reconhecer e analisar o trabalho que está sendo realizado, proporcionando ao<br />
sujeito, não só a sua recuperação física, como também a sua inserção social. Dessa forma, buscou-se alcançar o máximo <strong>de</strong> suas<br />
potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s funcionais, a partir do reconhecimento <strong>de</strong> suas capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e limitações.<br />
Administração<br />
PORCENTAGEM DO FATURAMENTO MÉDIO POR INTERNAÇÃO GASTO COM MEDICAMENTOS NO HOSPITAL DE<br />
CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE NO PERÍODO DE 2003 A 2007<br />
IURI MARTIN GOEMANN; ANDRÉA A PEREIRA; JOYCE H OLIVEIRA; MARIZA KLÜCK<br />
Indicadores <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> assistencial avaliam serviços prestados pela conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou a<strong>de</strong>quação a um grupo <strong>de</strong> expectativas ou<br />
padrões que <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> 3 aspectos, a saber, eficácia, conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> e legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A melhor prática clínica aquela que<br />
proporciona o mais alto nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> assistencial ao menor custo, <strong>de</strong> maneira mais eqüitativa, ao maior número <strong>de</strong> pessoas.<br />
Cabe associar gastos assistenciais em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s áreas com o faturamento do período correspon<strong>de</strong>nte e verificar se as<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s estão sendo supri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma satisfatória. O presente trabalho tem por objetivo analisar variações geográficas e<br />
temporais relativas à porcentagem do faturamento médio por internação que é gasta com medicamentos no <strong>Hospital</strong> <strong>de</strong> Clínicas <strong>de</strong><br />
<strong>Porto</strong> <strong>Alegre</strong> (HCPA). Foram obtidos os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> faturamento médio por internação e <strong>de</strong> gastos com medicamentos nos registros<br />
do HCPA no período <strong>de</strong> 2003 a 2007, e feita uma busca no portal DATASUS por valores comparativos no sistema público do<br />
Brasil e <strong>da</strong> Região Sul. Observou-se que o faturamento médio por internação vem aumentando gradualmente, e que este é bastante<br />
superior a média <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais regiões brasileiras. Já o gasto com medicamentos no HCPA vem <strong>de</strong>clinando, <strong>de</strong> forma lenta, mas<br />
constante, apesar <strong>da</strong> inflação. O indicador <strong>de</strong> porcentagem do faturamento médio mensal por internação gasto com medicamentos<br />
tem <strong>de</strong>clinado progressivamente nos últimos 4 anos, sem contudo, proporcionar um serviço <strong>de</strong>ficiente em medicamentos.<br />
Concluiu-se que está havendo uma diminuição gradual <strong>da</strong> porcentagem do faturamento médio que é gasto com medicação durante<br />
o período analisado, mantendo-se a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> assistencial. Isso <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> políticas que o hospital vem adotando na forma <strong>da</strong><br />
compra e nas exigências necessárias para o uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s medicações.